O mais recente processador da Qualcomm, Snapdragon 8 Gen 3, revela um salto significativo em termos de capacidades gráficas, prometendo melhorias de 25% no desempenho e eficiência. Estas inovações incluem melhorias significativas na renderização de raios de luz, suporte para 240Hz de taxa de atualização e compatibilidade com o sistema de iluminação Lumen do Unreal Engine 5.
No entanto, surge a questão: até que ponto estas melhorias são relevantes, considerando o atual panorama dos jogos para Android?
Jogos para Android estão muito longe do potencial máximo
Desafio de aproveitar o hardware
Apesar dos avanços tecnológicos, a realidade dos jogos para Android não parece acompanhar o mesmo ritmo. Jogos como “Genshin Impact”, “Dead Cells”, “Alien: Isolation” e “GRID Autosport” destacam-se pelo seu desempenho gráfico, mas são exceções num universo onde a maioria dos jogos não explora integralmente as capacidades dos processadores mais recentes.
Por exemplo, o Asus Rog Phone 6 Pro, com o Snapdragon Gen 1, roda “Genshin Impact” a 60fps com gráficos no máximo, evidenciando que a demanda por hardware mais potente ainda não é uma necessidade obrigatória na maioria dos jogos.
Comparação com PC e consolas
Enquanto os jogos para PC continuam a evoluir e a exigir processadores cada vez mais avançados, os jogos para Android permanecem num patamar mais modesto.
Embora existam jogos de qualidade e ports de títulos de consola e PC, como “Alien: Isolation” e “Civilization VI”, a frequência e variedade desses lançamentos ainda são limitadas.
Desigualdade entre Android e iOS
A situação agrava-se com o anúncio de títulos AAA, como “Resident Evil Village” e “Resident Evil 4”, e jogos como “Hades”, que chegam exclusivamente para iOS, deixando o Android de fora.
Essa tendência pode representar um obstáculo significativo para o crescimento do mercado de jogos em smartphones Android, especialmente quando consideramos dispositivos focados em jogos, como o Ayaneo Pocket S, que emprega o processador Snapdragon G3x Gen 2.
A posição da Google e o futuro dos jogos para Android
A Google parece não estar a fazer o suficiente para valorizar a plataforma Android no que toca a jogos de alta qualidade. Ao mesmo tempo, a Qualcomm continua a desenvolver processadores robustos, mas que permanecem subaproveitados no contexto dos jogos para Android.
A combinação de um processador como o Snapdragon Gen 3 com lançamentos AAA poderia revolucionar o mercado de dispositivos móveis de jogos, mas isso requer uma mudança de estratégia e mais empenho por parte da Google.
Embora o Snapdragon 8 Gen 3 represente um avanço significativo em termos de hardware, a sua verdadeira utilidade no âmbito dos jogos para Android permanece questionável, dada a atual dinâmica do mercado e a falta de jogos que realmente exijam tal poder de processamento.
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