A Universal Music processou a empresa de inteligência artificial, Anthropic, por disponibilizar letras de músicas protegidas por copyright por meio de seu modelo Claude 2. O caso destaca a crescente controvérsia em torno dos direitos autorais e a IA.
A utilização de inteligência artificial (IA) na geração de letras de músicas tem sido alvo de controvérsias legais, conforme evidenciado pelo recente processo movido pela Universal Music Group (UMG) e outras editoras contra a empresa da IA Anthropic.
O foco do processo está na distribuição de letras de músicas protegidas por copyright pelo modelo de IA Claude 2, sem a devida licença das gravadoras.
Vamos explorar os detalhes deste caso e a relevância das questões de direitos autorais no contexto da inteligência artificial.
O processo contra a Anthropic
O processo levantado pela UMG e outras editoras alega que a Anthropic distribuiu letras de músicas protegidas por direitos autorais por meio de seu modelo de IA, o Claude 2, sem consentimento adequado.
Algumas das canções citadas no processo por uso indevido foram “Roar” de Katy Perry, “I Will Survive” de Gloria Gaynor e “You Can’t Always” dos Rolling Stones.
Além disso, a gravadora também afirma que a Anthropic usou essas letras para treinar seus modelos de linguagem, agravando ainda mais a violação de direitos autorais.
A controvérsia em torno da proteção de direitos autorais na inteligência artificial gerativa tem ganhado destaque, com vários processos sendo movidos contra plataformas e empresas que utilizam IA para gerar conteúdo, incluindo letras de músicas.
“Já existem vários agregadores de letras de música e sites que cumprem essa mesma função, mas esses sites possuem obras devidamente licenciadas de editores protegidos por direitos autorais para fornecer esse serviço”, diz a acusação.
A UMG, juntamente com outras gravadoras, busca estabelecer limites claros para o uso de dados protegidos por direitos autorais em tecnologias de IA.
A abordagem da Anthropic e os investimentos recuperados
A Anthropic alega seguir princípios de “IA constitucional”, enfatizando a importância de treinar sistemas de inteligência para obedecer a um conjunto de regras específicas.
Apesar disso, o investimento substancial na empresa, incluindo o apoio da Amazon e do Google, destaca a relevância crescente da IA no cenário tecnológico atual e o desafio de equilibrar inovação e conformidade com as leis de direitos autorais.
Outro ponto destacado pelo processo foi a recusa do sistema de IA em fornecer algumas letras protegidas por copyrights, o que, segundo a UMG, mostra “que a Anthropic entende que gerar resultados que copiam letras de outras pessoas viola a lei de direitos autorais”.
“No entanto, apesar deste conhecimento e aparente capacidade de exercer controle sobre infrações, na maioria dos casos, a Anthropic falha em implementar barreiras de proteção eficazes e consistentes para prevenir contra infrações às obras dos editores”, completa o processo.
Como a indústria da música e as empresas de IA continuam a se adaptar e evoluir, é essencial encontrar soluções inovadoras que respeitem os direitos dos artistas e promovam a criatividade.
A colaboração entre esses dois lados pode ser fundamental para encontrar um equilíbrio que beneficie a todos os envolvidos.
Enquanto a IA continua a transformar o mundo da música, é crucial que as empresas desenvolvam práticas éticas e responsáveis para garantir que os direitos autorais sejam protegidos.
Outros artigos interessantes: