A União Europeia (UE) lançou hoje uma investigação sobre a plataforma X, acusada de espalhar conteúdo ilegal e desinformação. Esta ação surge após a UE ter emitido um aviso à empresa por não tomar medidas adequadas contra conteúdos ilegais relacionados aos recentes ataques mortais em Israel.
A investigação foi aberta sob o Digital Services Act (DSA) da UE, uma legislação que obriga plataformas online de grande dimensão a reduzir riscos causados por desinformação. Desde os ataques em Israel, várias publicações falsas circularam na plataforma X, incluindo vídeos filmados no Egito no mês passado e clipes que supostamente mostram ataques de mísseis do Hamas, mas que na verdade são de um videojogo.
Esta é a primeira investigação do género sob o DSA e poderá ter implicações significativas para outras plataformas. A UE pode impor multas de até 6% do volume de negócios anual global se for confirmada uma violação do DSA.
A resposta da X e o que está em jogo
Em resposta ao aviso da UE, a CEO da X, Linda Yaccarino, divulgou uma carta afirmando que um grupo de liderança foi convocado para considerar a resposta da empresa. Foram removidos “dezenas de milhares” de conteúdos, bem como “milhares” de publicações e “centenas” de contas ligadas a grupos terroristas, violência ou extremismo.
A X tem até 18 de outubro para fornecer informações sobre “a ativação e funcionamento do protocolo de resposta a crises” da empresa à UE, e até 31 de outubro para responder a outros pedidos. O não cumprimento destes prazos pode também resultar em sanções.
O cenário mais amplo: desinformação e responsabilidade das plataformas
A investigação da UE surge num momento em que a desinformação online está sob escrutínio global. Outras plataformas como TikTok e Meta também receberam avisos da UE, mas um estudo encomendado pela UE sugere que X é a pior no que toca à disseminação de desinformação.
A questão da moderação de conteúdo tornou-se especialmente crítica para X, uma vez que muitos dos funcionários responsáveis por essa área foram dispensados no ano passado durante uma série de despedimentos em massa. A situação atual coloca em evidência a necessidade de uma moderação de conteúdo mais eficaz e responsável por parte das plataformas online.
Espera-se que esta investigação estabeleça um precedente para a forma como as plataformas online são reguladas e responsabilizadas. Com a crescente prevalência de desinformação, a ação da UE poderá ser um passo significativo para garantir que as plataformas desempenhem o seu papel na mitigação deste problema global.
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