Renault está a dar um passo ousado no mundo dos veículos elétricos. A empresa francesa anunciou que a sua nova unidade de negócios dedicada exclusivamente a veículos elétricos, chamada Ampere, será separada do resto da empresa no dia 1 de novembro deste ano. A iniciativa é um prelúdio para a oferta pública inicial (IPO) da nova empresa, que está avaliada em até 10 mil milhões de euros.
Luca de Meo, CEO da Renault, revelou que o Dia do Investidor será no dia 15 de novembro, onde mais detalhes sobre a Ampere serão divulgados. A empresa planeia listar a nova unidade na bolsa na primavera de 2024.
A estratégia por trás da separação
A decisão de criar uma unidade separada para veículos elétricos não é apenas um capricho. A Renault está a reorganizar-se em cinco unidades distintas: veículos elétricos, veículos com motor de combustão interna (ICE), a marca de carros desportivos Alpine, serviços financeiros e novas mobilidades e negócios de reciclagem. O objetivo é claro: adicionar valor ao negócio de veículos elétricos da Renault e atrair avaliações semelhantes às da Tesla.
A empresa também anunciou que planeia tornar-se totalmente elétrica até 2030. Com o governo francês detendo uma participação de 15% na Renault, manter o negócio de veículos elétricos de alto perfil no país é crucial.
Desafios e oportunidades no horizonte
Embora a Renault esteja a mover-se rapidamente para solidificar a sua posição no mercado de veículos elétricos, a concorrência é feroz. Cortes de preços da Tesla na Europa podem afetar a procura futura pelos modelos da Renault. No entanto, a empresa não está a ficar parada. Está a planear lançar modelos mais acessíveis, como o Renault 5 e o Renault 4, além do Scénic Vision.
A Nissan, parceira de longa data da Renault, também confirmou o seu plano de investir até 663 milhões de dólares na Ampere. Este investimento não só fortalece a aliança entre as duas empresas, mas também dá à Nissan um lugar no conselho de administração da Ampere.
Parcerias e o futuro da Ampere
A Renault está a adaptar-se às especificidades dos veículos elétricos e está aberta a forjar parcerias em novas tecnologias e serviços. O modelo de negócios da Ampere será adaptado para atender às necessidades específicas deste segmento em crescimento. A empresa também planeia contratar 10.000 novos funcionários este ano para fortalecer a sua nova unidade.
A separação da Ampere é um passo significativo para a Renault, e o investimento da Nissan sugere que há um grande potencial para a nova unidade. Com a pressão para eliminar os veículos com motor de combustão interna e a crescente procura por veículos elétricos, a Ampere poderá muito bem ser o futuro da Renault.
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