Num período em que os radares de velocidade ganharam destaque, Portugal viu 68,5 milhões de viaturas a serem fiscalizadas no primeiro semestre deste ano. Deste vasto número, uma assombrosa maioria de 65,1% foi apanhada por excesso de velocidade.
Em comparação com o primeiro semestre de 2022, houve um aumento de 39,2% no número de condutores apanhados em excesso de velocidade. Esta subida é surpreendente e gera preocupações sobre a segurança rodoviária no país.

O sistema de pontos na carta de condução, implementado em junho de 2016, já viu mais de 530,2 mil condutores a perderem pontos na sua carta até o final de março de 2023. Mais alarmante é o facto de 2.527 condutores terem visto o seu título de condução ser cessado durante este período.
Uma fonte de receita significativa
Os números são claros. Em seis meses, o Estado arrecadou 24 milhões de euros em multas apenas com radares de velocidade. Se considerarmos que as coimas variam entre os 60€ e os 2500€, é fácil perceber a extensão do problema. As infrações relacionadas com o excesso de velocidade representam uma receita mínima de 23,7 milhões de euros para o Estado.
A presença e o aumento no número de radares de velocidade têm como principal objetivo garantir a segurança dos utilizadores das estradas. No entanto, muitos argumentam que a principal motivação é gerar receita para o Estado. Independentemente das opiniões, os números mostram que muitos condutores estão a ultrapassar os limites de velocidade, pondo em risco a sua segurança e a dos outros.
Carta por pontos: uma ferramenta de dissuasão?
A implementação do sistema de carta por pontos visava dissuadir os condutores de cometerem infrações. Porém, com tantos condutores a perderem pontos e até mesmo a carta de condução, levanta-se a questão: está esta ferramenta a cumprir o seu propósito?
Os números apresentados refletem uma realidade preocupante nas estradas portuguesas. O aumento das infrações por excesso de velocidade não só representa uma fonte significativa de receita para o Estado, mas também sublinha a necessidade de reforçar a consciencialização sobre a segurança rodoviária em Portugal.
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