Uma análise recente identificou os sapatos mais antigos alguma vez descobertos na Europa. As 22 sandálias tecidas, com cerca de 6.000 anos, foram encontradas numa gruta no sul de Espanha. A datação foi feita por investigadores da Universidade Autónoma de Barcelona e da Universidade de Alcalá.
Uma descoberta histórica
Os sapatos foram descobertos pela primeira vez em 1857, mas só agora, com a ajuda da tecnologia moderna, foi possível datá-los corretamente. A análise por radiocarbono revelou que são cerca de 1.000 anos mais antigos do que se pensava inicialmente.
Sapatos com preservação excecional
As condições secas no interior da gruta permitiram a preservação de um local de enterro pré-histórico completo, com cadáveres parcialmente mumificados e vários objetos pessoais. Entre eles estavam as sandálias e vários cestos mesolíticos.
Um testemunho do passado
Os objetos encontrados são o conjunto mais antigo e mais bem preservado de materiais de fibra vegetal do sul da Europa até agora conhecido. Eles testemunham a habilidade das comunidades pré-históricas em dominar este tipo de artesanato.
Para os cientistas, os sapatos e a cestaria encontrada na gruta e agora datada demonstram que as populações humanas tinham já um elevado grau de conhecimento e até especialização em cestaria, mesmo quando eram apenas caçadores-recocletores.
“A qualidade e a complexidade tecnológica da cestaria leva-nos a questionar os pressupostos simplistas que temos sobre as comunidades humanas anteriores à chegada da agricultura ao sul da Europa”, afirmou Francisco Martínez Sevilla, um dos autores do estudo, em comunicado.
Os investigadores acreditam que os corpos foram enterrados usando as sandálias. Algumas delas mostram sinais claros de desgaste, enquanto outras parecem nunca ter sido usadas, sugerindo que algumas pessoas tinham roupas feitas especialmente para o seu enterro.
Outros artigos interessantes: