Um asteroide que pode ser o núcleo de um antigo planeta é o destino de uma nova missão da NASA. A sonda Psyche foi lançada esta sexta-feira a bordo de um foguetão Falcon Heavy da SpaceX, a partir da Florida.
Psyche é um mundo metálico, diferente de qualquer outro que já visitámos. A sua superfície é composta principalmente por ferro e níquel, e pode revelar-nos como são os núcleos dos planetas rochosos, como a Terra ou Marte.
A viagem até Psyche será longa e complexa. A sonda terá de percorrer cerca de 3,5 mil milhões de quilómetros, passando por Marte e pelo cinturão de asteroides, onde se situa o seu alvo. A chegada está prevista para o verão de 2029.
Um mistério a desvendar
Psyche tem cerca de 200 km de comprimento e uma forma irregular. Os cientistas não sabem ao certo como é o seu aspeto, nem como se formou.
Costumo brincar que tem o formato de uma batata, porque as batatas têm vários formatos diferentes, por isso não estou errada”, brincou Lindy Elkins-Tanton, gestora científica da missão, em conferência de imprensa.
Uma hipótese é que Psyche seja o resto de um planeta primitivo que foi atingido por vários asteroides, perdendo as suas camadas externas de rocha e gelo. Outra possibilidade é que Psyche seja um aglomerado de metal que nunca chegou a formar um planeta.
Para estudar este enigma, a sonda Psyche irá orbitar o asteroide durante mais de dois anos, usando três instrumentos científicos: uma câmara para tirar fotografias, um espetrómetro para analisar a composição e um magnetómetro para medir o campo magnético.
Sonda com tecnologia inovadora
A sonda Psyche também irá testar algumas novidades tecnológicas, como os propulsores de efeito Hall e o sistema de comunicação com lasers.
Os propulsores de efeito Hall usam eletricidade para acelerar iões de gás xénon, produzindo um impulso muito eficiente.
Estes são então expelidos a uma velocidade muito elevada, “cinco vezes mais rápido do que o combustível que sai de um foguetão convencional”, disse David Oh, engenheiro da NASA. “É o tipo de coisa que ouvimos falar em Star Wars e Star Trek, mas hoje tornámos o futuro em realidade”, disse.
Este tipo de motor é usado em satélites artificiais, mas nunca numa missão interplanetária.
O sistema de comunicação com lasers usa feixes de luz para enviar dados para a Terra, em vez das habituais ondas de rádio. Isto permite transmitir mais informação em menos tempo.
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