Katherine Maher é a nova CEO da Web Summit e sucede a Paddy Cosgrave, que foi forçado a demitir-se após a polémica dos seus tweets sobre Israel.
Capacidade de unir mundos
Em comunicado, a organização afirma que Maher foi escolhida por ter a “capacidade de unir os mundos da tecnologia, humanidade e diálogo necessários para moldar o futuro”.
Katherine Maher foi a líder da Wikipedia entre 2016 e 2021, tendo participado ainda na gestão de outras grandes organizações como a UNICEF ou o Banco Mundial.
A mudança de liderança na Web Summit acontece a menos de um mês do evento que se realiza em Lisboa de 13 a 16 de novembro em Lisboa e foi precipitada pelas publicações daquele que era o rosto da Web Summit na rede social X.
A crise da Web Summit
Na sua conta pessoal, Paddy escreveu que “crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando são cometidos pelos nossos aliados, e é assim que os devemos chamar”. A publicação referia-se a Israel e aquele país de imediato cancelou a sua participação no evento, iniciando um movimento que arrastou algumas das principais tecnológicas. Este foi um erro fatal de Paddy Cosgrove que arrastou consigo a Web Summit
Numa carta publicada no site oficial da Web Summit, Katherine Maher não escamoteia o problema, afirmando “que, nas últimas semanas, a Web Summit tem estado no centro da conversa, em vez de ser o anfitrião. O seu objetivo foi ofuscado pelos comentários pessoais do fundador e antigo diretor executivo do evento, Paddy Cosgrave. Paddy pediu desculpa e demitiu-se”.
CEO da Web Summit muito entusiasmada
Agora, ao apresentar a nova CEO da Web Summit, a organização diz que «hoje, a Web Summit está a entrar na sua próxima fase» Maher já se afirmou “muito entusiasmada”, tendo publicado um vídeo na X.
Na missiva, a nova CEO da Web Summit salienta que “a nossa tarefa imediata é voltar a concentrarmo-nos naquilo que fazemos melhor: facilitar as discussões entre todos os envolvidos no progresso tecnológico.” katherine Maher quer que a organização se centre no evento e que deixe de se focar na crise que é apenas conjuntural.
Dar a volta
Ou seja, Katherine Maher quer toda a equipa focada no evento que se vai realizar e que se prevê traga a Lisboa 70 mil participantes, mas já com os olhos postos no futuro e no preparar de próximas edições. Maher quer que a organização dê a volta por cima aos danos reputacionais que esta crise lhe trouxe.
“Num presente em que a tecnologia está entrelaçada em todos os aspectos das nossas vidas, e num futuro em que representa a nossa maior esperança e o nosso maior disruptor, o papel da Web Summit como local de ligação e conversa é agora mais urgente do que nunca”, afirma na carta que está no site oficial da Web Summit e em que anuncia a sua entrada como CEO da Web Summit.
Web Summit tem 14 anos
“Desde a sua criação, há 14 anos – 150 pessoas numa sala de conferências apertada em Dublin – a Web Summit tem sido um evento que reúne pessoas: inovadores, investidores, decisores políticos, pensadores, líderes empresariais e todos aqueles que irão moldar o mundo de amanhã. Todos os anos, é a sua participação que cumpre esta promessa.”, conclui Katherine Maher na impressiva carta que escreve a propósito da sua entrada na Web Summit.
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