A Fundação Champalimaud, em parceria com a Altice e a BMD Software, deu um passo gigante na modernização do armazenamento e acesso a dados médicos em Portugal, apresentando a primeira infraestrutura em nuvem do país para armazenar dados de saúde destinados à investigação. Esta iniciativa foi revelada no Open Day da Unidade de Mama da Fundação, realizado hoje, 16 de Outubro.
Desafios atuais e soluções inovadoras:
A tradicional dependência de discos físicos para transferir dados médicos não só é antiquada, como também apresenta problemas sérios de segurança e privacidade. A nova infraestrutura digital promete superar esses desafios, oferecendo uma plataforma segura e estandardizada para armazenar, consultar e analisar dados médicos. Segundo o cirurgião Pedro Gouveia, líder da equipe multidisciplinar do Digital Surgery Lab, esta inovação elimina a necessidade de transferência manual de dados, permitindo uma comunicação em tempo real entre sistemas informáticos.
MetaBreast: um projeto ambicioso:
O projeto MetaBreast, sob a liderança de Gouveia, é um empreendimento ambicioso financiado pelo Plano de Resiliência e Recuperação português (PRR), com cerca de 1,4 milhões de euros destinados à Fundação Champalimaud. A visão do projeto vai além da criação de uma base de dados online, visando a interoperabilidade e a transferência segura de dados médicos entre diferentes entidades de saúde.
Rumo ao Metaverso cirúrgico:
A evolução deste projeto promete uma revolução na prática cirúrgica. A ideia é desenvolver um dispositivo médico que permita aos médicos aceder a dados de saúde e imagens médicas através de óculos de realidade aumentada, inaugurando o que Gouveia chama de “metaverso cirúrgico”. Esta tecnologia permitirá aos cirurgiões visualizar modelos 3D personalizados dos pacientes e sobrepor imagens radiológicas ao corpo real do paciente durante as cirurgias.
Heka Vision: uma visão de futuro:
No horizonte, está a criação de uma spin-off chamada Heka Vision, que visa comercializar o dispositivo médico desenvolvido. Com um plano de investimento de 13 milhões de euros ao longo de cinco anos, a Heka Vision, embora inicialmente focada na cirurgia do cancro da mama, tem um potencial expansivo para outras áreas médicas. A inspiração para o nome veio do deus egípcio da medicina e da magia, simbolizando a fusão de medicina e tecnologia mágica que a equipe está a desenvolver.
Conclusão:
A inovação apresentada pela Fundação Champalimaud coloca Portugal no mapa da digitalização da saúde, prometendo transformações significativas na gestão de dados médicos e na prática cirúrgica. Este é, sem dúvida, um grande passo rumo a uma era de saúde mais segura, eficiente e futurista.
Para informações detalhadas leia o comunicado de imprensa na íntegra (em pdf): Fundação Champalimaud cria nuvem de dados de saúde destinada à investigação
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