Quem possui um irmão sabe: por mais diferentes que sejam, há sempre um ou outro traço que remete à familiaridade. Contudo, esperamos que o nosso smartphone, essa maravilha tecnológica que carregamos no bolso, seja capaz de distinguir os mínimos detalhes que nos tornam únicos. No palco de questões recentes, encontra-se o Google Pixel 8 e o seu sistema de Desbloqueio Facial, cuja robustez foi abalada por um utilizador do Reddit, que reportou que, apesar das suas alegadas diferenças visuais significativas, o irmão conseguia desbloquear o dispositivo sem quaisquer percalços.
O poder da inteligência artificial e aprendizagem automática
A promessa da Google era alicerçada na robustez. O Google Pixel 8 e o Pixel 8 Pro trouxeram de volta a funcionalidade Face Unlock, que não só permitia o desbloqueio do aparelho com um simples olhar mas também a autenticação para pagamentos. As afirmações da empresa incidiam sobre a ideia de que a nova série Pixel 8 cumpria “o mais elevado padrão biométrico Android”, a Classe 3. Tal seria alcançado não através de hardware dedicado, mas sim através de uma sofisticada aplicação de inteligência artificial (IA) e elementos de aprendizagem automática.
O utilizador em questão, conhecido como u/MotorTransportation8, alegou que o seu Pixel 8 Pro reconhecia persistentemente o seu irmão. Embora a Google já tivesse reintroduzido a Face Unlock com a série Pixel 7 no ano anterior, os novos modelos poderiam usar este método também para autenticação de pagamentos, algo alavancado principalmente pelos avanços baseados em IA e aprendizagem automática.
Apesar de a IA ter a capacidade de aprender e adaptar-se continuamente, será que ela é realmente capaz de distinguir semelhanças subtis entre irmãos que partilham uma herança genética semelhante? A questão coloca-se e a dúvida permanece, principalmente porque o utilizador em questão salientou que o Face Unlock não reconhecia o pai da mesma maneira, sugerindo que a tecnologia pode, erroneamente, assumir que os irmãos eram gémeos.
A segurança em debate e o futuro do Face Unlock
Este incidente, por si só, pode parecer isolado e sem grande peso, mas não deve ser desconsiderado. Isto porque, ao nível de segurança, mesmo que o incidente seja pontual e ocorra sob circunstâncias específicas, ele abre a porta a potenciais vulnerabilidades que podem ser exploradas de maneiras inimagináveis. E se, em vez de um irmão, um indivíduo mal-intencionado consegue enganar o sistema?
A Google, naturalmente, sempre teve uma abordagem focada na segurança dos dados dos utilizadores. Contudo, o compromisso não tem apenas de ser mantido, mas sim contínua e incessantemente melhorado. Especialmente quando se abordam questões de autenticação biométrica, onde uma falha pode permitir o acesso a dados sensíveis e financeiros do utilizador.
Os dispositivos da concorrência, como os da Apple, também não são infalíveis, mesmo com o uso de hardware dedicado para autenticação facial, existem relatos de situações em que o Face ID foi ludibriado. A empresa admite que a probabilidade de uma correspondência acidental é mais alta entre irmãos ou crianças menores de 13 anos, uma vez que “as suas características faciais distintas podem não ter desenvolvido completamente”.
Resta, portanto, perceber se este incidente é um caso isolado ou se mais “irmãos gémeos” começarão a emergir, e que medidas serão adotadas pela Google para mitigar e prevenir potenciais futuras situações que coloquem em causa a segurança dos seus utilizadores. Os olhares estarão, sem dúvida, voltados para o desenvolvimento e atualizações futuras do sistema de Face Unlock nos dispositivos Pixel.
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