A Comissão de Concorrência da África do Sul está a levantar questões sérias sobre as práticas de Google e Meta, a empresa-mãe do Facebook. O foco está em entender se estas gigantes tecnológicas estão a criar um ambiente de concorrência injusta com as editoras de notícias ao utilizar o seu conteúdo para gerar receitas publicitárias.
O timing desta investigação é crucial, uma vez que a indústria dos média está a passar por uma transformação digital significativa. O consumo de notícias está a mudar rapidamente para plataformas online, afetando as fontes tradicionais de financiamento para a imprensa escrita e a transmissão.
O que está em jogo: receitas publicitárias e poder negocial
A investigação não se limita apenas a avaliar se Google e Meta estão a usar inadequadamente o conteúdo de editoras para gerar receitas. Também se vai debruçar sobre as características do mercado que podem “distorcer a concorrência para receitas publicitárias” entre empresas de média e plataformas digitais. A questão do desequilíbrio de poder negocial também está na mesa.
James Hodge, economista-chefe e comissário adjunto interino, salientou que os consumidores de média estão cada vez mais a depender de plataformas de partilha de vídeo. Isso sugere que a dinâmica de poder entre as editoras de notícias e as plataformas digitais está a mudar, e não necessariamente para melhor.
Além de Google e Meta: outros nomes na mira
A Comissão de Concorrência da África do Sul não está apenas focada em Google e Meta. Outras plataformas como Bing, YouTube, TikTok e Google Ads também estão sob escrutínio. Esta abordagem mais ampla indica que o problema pode ser sistémico e não limitado a um ou dois grandes jogadores no mercado.
É importante notar que tanto Google como Meta já enfrentaram críticas semelhantes em outros países. Recentemente, o Google chegou a um acordo para um grande pagamento a editoras na Alemanha, o que pode ser um precedente interessante para o caso sul-africano.
Implicações globais e o futuro da indústria dos média
Esta investigação na África do Sul pode ter repercussões globais. Se for determinado que há práticas anti-concorrenciais, isso poderá abrir a porta para mais regulamentações e investigações em outros países. A indústria dos média está num ponto de viragem, e as decisões tomadas agora podem definir o cenário para os próximos anos.
Doris Tshepe, comissária da Comissão de Concorrência, afirmou que este inquérito ocorre num momento crítico para a indústria dos média. Com a rápida mudança para o consumo online, as fontes tradicionais de financiamento declinam, tornando esta investigação ainda mais relevante.
Outros artigos interessantes:
- Problemas de flickering afetam Apple Watch Series 9 e Ultra 2 e a Apple já investiga
- X inicia experiência polémica: novos utilizadores pagarão 1 dólar por ano
- Samsung vai atacar o Apple Watch Ultra 2 com ecrã Micro LED