O mês de setembro é marcado por ações em prol do bem estar e da saúde mental, entretanto o cenário nas empresas não condiz com o que elas pregam durante esse período. Veja em detalhes a pesquisa!
O tema Saúde Mental já se tornou recorrente em nosso dia a dia, seja por conta de conteúdos postados nas redes sociais ou conversas com amigos e parentes sobre o tema que está em todo lugar.
Entretanto, durante setembro essas discussões costumam aumentar com campanhas de bem estar que marcam o Setembro Amarelo.
O mesmo acontece no mundo corporativo, que cada vez mais equipara a saúde mental de seus trabalhadores ao nível de relevância da saúde física dos mesmos.
No Brasil, por exemplo, dados divulgados pelo Ipsos, em outubro de 2022, mostram que a preocupação da população com o bem estar mental triplicou nos últimos 4 anos.
Em contrapartida, os sintomas de depressão e ansiedade atingem 49% das pessoas, atingindo uma marca histórica no país.
Dados mais recentes, publicados pelo Instituto de Saúde Mental dos EUA, trazem uma perspectiva ainda mais alarmante sobre a saúde mental no mundo corporativo.
De acordo com a pesquisa, 77% dos trabalhadores relatam esgotamento no emprego em que estão atualmente e, para 91% deles, esse sentimento de cansaço, estresse e frustração tem impactos negativos em suas vidas pessoais e corporativas.
A simulação do instituto americano é mais preocupante para as mães que estão empregadas, por conta da jornada dupla que atribui a elas o trabalho nas empresas e o trabalho doméstico.
O resultado de tal desgaste é o aumento nos níveis de ansiedade e depressão nesse grupo, especialmente quando comparado com pais que trabalham.
A conversa ainda está no início
Apesar dos esforços dentro e fora das corporações, a saúde mental dos funcionários parece ser um assunto ainda pouco explorado dados os resultados da pesquisa.
Segundo estudo do Workforce Institute, com mais de 3 mil pessoas de 10 países, os líderes de setores, como gerentes, chefes e superiores, impactam mais a saúde mental dos trabalhadores (69%) do que terapeutas (41%).
Esse cenário se solidifica especialmente por conta dos tabus gerados em torno dos assuntos de saúde mental.
Para 62% dos trabalhadores norte-americanos, pedir folga para cuidar desse aspecto gera preocupações sobre como seus chefes irão reagir, afirma o OnePoll.
A pesquisa, realizada com 2 mil profissionais, mostrou ainda que 57% deles acreditam que o esgotamento mental não é um motivo bom o suficiente para serem dispensados do trabalho por alguns dias.
O medo de ser mal interpretado ao tocar no assunto de saúde mental dentro do trabalho leva 67% dos entrevistados a fingirem consultas médicas para conseguirem essa folga.
Os números se tornam ainda mais preocupantes quando 57% deles afirmam pensar que seus empregadores os consideram incapazes para realizar tarefas caso peçam afastamento para esse tipo de cuidado.
Como solucionar o problema?
A grande questão é então descobrir como tornar a saúde mental e o ambiente de trabalho aliados.
Sobre o tema, a ResumeLab publicou, em julho de 2023, um relatório que traz seis erros comuns que os empregadores cometem e que podem prejudicar sua equipe. São eles:
- Ignorar as condições de bem-estar mental dos funcionários;
- Discriminar funcionários com problemas de saúde mental;
- Não discutir o tema de forma aberta e transparente;
- Não identificar as necessidades de saúde dos funcionários;
- Sobrecarregar os funcionários com tarefas de trabalho excessivas;
- Não testar a conscientização dos colaboradores sobre programas de saúde mental.
Assim, algumas dicas práticas sobre como tornar o ambiente de trabalho mais saudável e convidativo é incentivar o cuidado pessoal e oferecer recursos para a manutenção do bem-estar dos funcionários.
Para Ellen Rudolph, fundadora e CEO da WellTheory, é essencial que os empregadores entendam que a saúde emocional e mental, nutrição, exercícios físicos e sono são pilares da saúde.
Dessa forma, é preciso que as empresas reconheçam essas necessidades e ajudem os seus funcionários a as equilibrarem com vida profissional.
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