A OpenSea, uma líder no mercado de NFTs, abandonou a promessa de royalties eternos, impactando artistas digitais. Esse mercado também enfrenta desafios regulatórios e uma redução nas transações que afetam criadores menores. Venha entender o problema!
A popularidade dos NFTs (Tokens Não Fungíveis) promete uma revolução nos pagamentos de artistas digitais, mas as recentes mudanças no mercado estão fazendo com que esse sonho pareça um futuro muito distante.
A empresa mais importante do nicho, OpenSea, antes conhecida por oferecer royalties eternos aos criadores de NFTs, teve que rever sua política de pagamentos em setembro.
Mas como isso afeta os artistas digitais? Continue lendo para descobrir.
A ascensão e queda da OpenSea
Uma das plataformas mais renomadas para negociação de NFTs, a empresa dominou o mercado ao prometer aos artistas digitais royalties contínuos. No entanto, essa promessa desmoronou recentemente, marcando uma virada dramática na indústria.
A mudança na política de royalties da OpenSea veio depois de perder a liderança do nicho para um concorrente de peso, o Blur, que entrou em cena em outubro de 2022.
A nova marca rapidamente ganhou destaque ao oferecer uma plataforma livre de taxas, conquistando a adesão de muitos artistas e colecionadores.
O impacto disso foi sentido em todo o mercado de NFTs, com o volume total de negociações caindo de cerca de US$5,36 bilhões em janeiro de 2022 para US$410 milhões em agosto.
Além de não cobrar taxas, a Blur não impõe obrigações de pagamento de royalties aos vendedores, o que representa uma mudança significativa em relação à política anterior da OpenSea.
Artistas que disponibilizavam suas obras na empresa pioneira, e em algumas plataformas menores, tinham a expectativa de receber royalties nas transações subsequentes à venda inicial.
No entanto, após agosto, a OpenSea deixou de fiscalizar esses acordos, e os compradores agora parecem relutantes em pagar essa taxa voluntariamente.
Essa incerteza quanto aos royalties a longo prazo afetou diretamente a produção de NFTs, resultando em uma queda nos preços das artes digitais.
Amy Whitaker, professora da Universidade de Nova York, lamentou essa decisão da OpenSea, afirmando que os artistas deveriam compartilhar os benefícios que ajudaram a criar.
Democratização da arte e dos mercados
Os NFTs tiveram um início promissor, com artistas digitais vendo uma oportunidade de monetizar seu trabalho de forma justa e rigorosa.
A arte digital armazenada em blockchains ganhou destaque em 2021, após o artista Beeple vender uma coleção de imagens por impressionantes US$69 milhões. Isso abriu os olhos de centenas de artistas para o potencial dos NFTs.
A promessa de descentralização e pagamento justo de royalties foi atraente tanto para artistas quanto para compradores.
As obras democratizam o acesso ao mercado artístico, desafiando os modelos tradicionais de leilões e galerias de arte.
Os artistas poderiam agora receber cerca de 10% de royalties em cada venda, garantindo benefícios contínuos à medida que o valor de suas obras aumentasse.
A queda do mercado de NFTs
No entanto, o mercado de NFTs sofreu uma queda notável. Segundo o DappRadar, após atingir o pico de US$16 bilhões em janeiro de 2022, as negociações despencaram para US$559 milhões em agosto, representando uma redução de mais de 60%.
Além disso, apenas 15% das carteiras ativas foram desenvolvidas para as transações de NFT em agosto.
A perda de royalties terá um impacto significativo nos artistas digitais, especialmente nos menores, que contavam com esses valores em seus planejamentos financeiros.
Embora os criadores mais renomados possam sobreviver, os artistas menos conhecidos enfrentam um futuro incerto.
Questões regulatórias
Além dessas mudanças, os criadores de NFTs agora enfrentam questões burocráticas nos EUA.
A Securities and Exchange Commission (SEC), agência de regulamentação financeira do país, iniciou a exigência de que certas empresas revisem seus contratos para eliminar o pagamento de royalties em transações secundárias.
A SEC alega que esses NFTs são, na verdade, títulos não registrados.
Essas regulamentações podem criar mais desafios para os criadores, colecionadores e plataformas de negociação, que agora se deparam com medidas semelhantes às enfrentadas pelas empresas de criptomoedas.
O futuro desse mercado permanece cada vez mais incerto para todos os envolvidos, e depende dos próximos passos dos líderes do nicho para ter uma ideia do que está por vir!
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