Uma rede de contas de redes sociais afiliadas ao Partido Comunista Chinês tem publicado imagens falsas geradas por inteligência artificial (IA) para tentar influenciar os eleitores dos EUA, segundo um relatório da Microsoft divulgado na quinta-feira.
As imagens mostram o Estatuto da Liberdade e o movimento Black Lives Matter, entre outros símbolos e figuras políticas dos EUA, com o objetivo de “denegrir” a imagem do país e provocar discussões sobre questões polêmicas, como a eleição presidencial de 2024.
As imagens foram criadas por um computador, mas foram repostadas por pessoas reais, intencionalmente ou não, nas redes sociais. A Microsoft disse que as imagens geraram mais envolvimento dos utilizadores do que publicações anteriores da mesma rede de contas.
China pode aprimorar tecnologia de IA para espalhar desinformação
A Microsoft alertou que a China pode continuar a desenvolver e melhorar a tecnologia de IA para criar imagens mais realistas e precisas, mas não se sabe como e quando ela será usada em larga escala.
“Podemos esperar que a China continue a aprimorar essa tecnologia ao longo do tempo e melhorar sua precisão, embora ainda não se saiba como e quando ela será implantada em escala”, escreveu Clint Watts, gerente geral do Centro de Análise de Ameaças Digitais da Microsoft, num artigo publicado no blog da empresa.
A empresa disse que solicitou comentários à Embaixada da China em Washington, DC, sobre o relatório, mas não obteve resposta. O governo chinês costuma negar as acusações de que usa hacking ou desinformação para se intrometer nos assuntos dos EUA.
Outras operações de influência chinesa visam semear discórdia nos EUA
O relatório da Microsoft é mais uma fonte a afirmar que a China tem tentado interferir na política e na opinião pública dos EUA, usando as redes sociais como plataforma. Nas eleições que Trump venceu, foram hackers russos quem utilizou este tipo de estratégia.
Além disso, a empresa Meta, dona do Facebook, disse no mês passado que removeu a maior “operação de influência encoberta entre plataformas” que já viu; milhares de contas de redes sociais baseadas na China que visavam públicos nos EUA, Taiwan e outros lugares. Os investigadores da Meta ligaram a atividade a pessoas “associadas à aplicação da lei chinesa”, mas disseram que a campanha de influência recebeu pouco envolvimento dos utilizadores reais das redes sociais.