Se esperavas uma revolução com a chegada das primeiras motos elétricas da Kawasaki, prepara-te para uma dose de realidade. A tradicional marca de motos nipónica lança os seus modelos elétricos, mas as especificações não estão à altura das expectativas.
As novas Kawasaki Ninja e-1 e Z e-1 estão longe de fazer justiça ao legado da linha Ninja.
Potência não é o forte aqui
Apesar do entusiasmo inicial à volta destes lançamentos, os números contam uma história diferente. As novas Ninja e-1 (com carnagem) e Z e-1 (naked) vêm com um motor modesto de 5 kW, que atinge picos de até 9 kW. Se isso não fosse suficiente, a velocidade máxima anunciada é de 99 km/h, um valor dececionante para uma moto com o nome “Ninja” associado.
As motos trazem duas baterias removíveis, cuja capacidade não foi divulgada em detalhes. No entanto, a Kawasaki faz parte de um consórcio com a Honda que promove baterias com capacidade de 1.475 kWh. Isto sugere que cada moto terá uma capacidade total de 2.95 kW, algo comparável a algumas bicicletas elétricas do mercado.
Agilidade em vez de velocidade
Na tentativa de desviar a atenção da falta de potência e velocidade, a Kawasaki destaca outras funcionalidades. Há um modo de condução para velocidades mais lentas e um modo de marcha-atrás para facilitar o estacionamento. Pode ser útil, mas não é o que a maioria esperava de uma Ninja elétrica.
O preço destes novos modelos ainda não foi revelado, o que deixa no ar a questão do valor. Será que uma etiqueta de preço mais acessível poderia compensar a falta de desempenho? Difícil dizer, mas a marca terá de ser muito competitiva para atrair os consumidores.
Outras marcas a tomar a dianteira
Neste cenário, marcas tradicionalmente vistas como menos tecnológicas, como a Harley Davidson, estão a ganhar terreno na transição para motos elétricas. É um sinal claro de que as gigantes nipónicas precisam de repensar as suas estratégias se quiserem manter a relevância.
Enquanto algumas marcas avançam a todo vapor na eletrificação das suas linhas, a Kawasaki parece estar a dar passos mais tímidos. O resultado é um lançamento que, a menos que seja extremamente bem posicionado em termos de preço, corre o risco de ser esquecido no que está a tornar-se num mercado cada vez mais competitivo.
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