A greve que envolve argumentistas e atores em Hollywood já custou à Califórnia cerca de cinco mil milhões de dólares, de acordo com o Milken Institute. No entanto, os artistas estão determinados a não ceder, segundo o ator norte-americano Chris Marrone.
Solidariedade entre artistas
Marrone, que está atualmente sem trabalho e sobrevive com biscates, afirma que os artistas estão cansados, mas não desmotivados. “Estamos nisto juntos e não vamos deixar que eles vençam”, disse o ator de “Westworld”, referindo-se aos protestos à porta da Netflix, dos estúdios da Amazon e da Sony.
Reivindicações dos sindicatos
Os sindicatos pedem um acordo ético de partilha da riqueza e não pretendem ceder na questão da Inteligência Artificial e na compensação residual. Estes são dois dos pontos mais contenciosos. Atores e argumentistas querem garantir que os estúdios não vão usar Inteligência Artificial (IA) para os substituir e querem receber pagamentos residuais no modelo de ‘streaming’.
A greve dos argumentistas teve início no passado dia 2 de maio, a greve dos atores em 14 de julho. Nenhum dos dois consegue prever uma data provável de acordo.
Impacto desigual nos estúdios de Hollywood
A greve dos argumentistas e atores tem efeitos desiguais nos estúdios de Hollywood. Alguns, como a Warner Bros., reviram em baixa as suas previsões de receitas, estimando que a greve terá um impacto negativo de 300 milhões a 500 milhões de dólares. Outros, como a Netflix, aproveitaram o aumento da procura por ‘streaming’ e adicionaram 5,9 milhões de novos assinantes no trimestre de junho.
A AMPTP, que representa Netflix, Amazon, Apple, Disney, Warner Bros. Discovery, NBC Universal, Paramount e Sony, ainda não chegou a um acordo com os sindicatos dos artistas. A greve já dura há mais de quatro meses e é a mais longa da história de Hollywood.
Esperança por um futuro melhor
Apesar das dificuldades financeiras e emocionais que a greve acarreta, os artistas mantêm a esperança por um futuro melhor. Eles querem garantir os seus direitos e uma remuneração justa pelo seu trabalho criativo.
Filipe Coutinho, argumentista português radicado em Los Angeles, disse em declarações ao Observador, que a greve é uma “correção necessária” para os próximos quinze anos e que vai permitir que haja mais escritores e atores que possam viver uma vida normal.
“É também um bocado por isso que estamos a lutar”, afirmou. “Há ali 99% de pessoas que estão sempre na corda bamba”.
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