As tentativas de Google para entrar no mundo do gaming, especificamente com o serviço de cloud gaming Stadia, não correram como planeado. Recentemente, Dov Zimring, Diretor de Gestão de Produto da Google, admitiu que a falta de títulos AAA foi uma das principais razões para o fracasso da plataforma. Os comentários surgiram durante o caso da Microsoft vs. FTC e lançam alguma luz sobre os desafios que a empresa enfrentou.
É uma revelação que não deveria surpreender ninguém. Afinal, até o gamer mais casual sabe que títulos AAA são o pilar de qualquer plataforma de jogos de sucesso. A Stadia, infelizmente, falhou em reunir um catálogo impressionante, e os números de utilizadores baixos só tornaram a situação pior.
O ciclo vicioso que levou à derrocada
Zimring explicou que a falta de jogos importantes criou um “ciclo auto-sustentável” que não ajudou a Stadia a sair do buraco em que se encontrava. Quando os utilizadores perceberam a ausência de títulos AAA, a taxa de subscrição ao serviço Stadia Pro diminuiu. Isso, por sua vez, afastou os desenvolvedores e editores, que já não viam a plataforma como uma opção viável.
- Falta de títulos AAA: Desencorajava novas subscrições e retenção de utilizadores.
- Números de utilizadores baixos: Diminuía o interesse dos desenvolvedores e editores.
- Falta de conteúdo: Impactava negativamente as vendas e a visibilidade da plataforma.
Os custos proibitivos e decisões difíceis
Outro aspeto a considerar é o custo associado à obtenção de títulos AAA para a plataforma. Segundo Zimring, o investimento necessário era simplesmente muito alto. Para piorar a situação, o próprio processo de trazer esses jogos para a Stadia apresentava dificuldades.
Inicialmente, a Google até considerou usar a plataforma Windows da Microsoft para os seus servidores na cloud. No entanto, esta opção mostrou-se “economicamente proibitiva” no longo prazo. Ou seja, ainda que a qualidade da transmissão e a fiabilidade do serviço tenham melhorado no último ano da Stadia, estes fatores acabaram por serem eclipsados pelos obstáculos financeiros e pela falta de conteúdo apelativo.
Potencial desperdiçado e lições aprendidas
Não há como negar que a tecnologia por trás da Stadia era promissora. A qualidade do streaming e a fiabilidade do serviço durante o seu último ano de operação eram notáveis. É lamentável que estes aspetos positivos tenham sido ofuscados por decisões de gestão e um catálogo de jogos abaixo do esperado.
Embora a Stadia possa não ter tido o sucesso que a Google esperava, certamente que há lições a retirar desta experiência. Para qualquer empresa que deseje entrar no disputado mundo do gaming, é claro que ter um catálogo forte de títulos AAA não é apenas desejável, mas sim crucial. E para os gamers, resta a esperança de que futuras plataformas aprendam com os erros da Stadia.
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