Influenciados pelo aumento no número de aluguéis de escritórios de coworking, o home office pode estar chegando ao fim. Venha entender por que as empresas estão abrindo mão do trabalho a distância para voltar aos escritórios!
O cenário dos escritórios está passando por mudanças significativas à medida que empresas em todo o mundo se adaptam a novas formas de trabalho pós-pandemia.
Com a demanda por espaços de trabalho em alta, o mercado imobiliário comercial está em movimento.
No Brasil, Yara Matsuyama, diretora de locações da consultoria imobiliária JLL, afirma que “começa a ver algumas empresas, especialmente as de tecnologia, que ainda estavam em home office, intensificando a atividade presencial e gerando aumento da demanda”.
Neste artigo, vamos explorar como as mudanças no ambiente de trabalho estão moldando o mercado imobiliário e o que podemos esperar no futuro.
O retorno ao escritório
À medida que as empresas chamam seus funcionários de volta ao escritório, pelo menos em parte, a demanda por espaços de trabalho está aumentando.
Este retorno está sendo impulsionado principalmente por empresas de tecnologia que estavam em home office e agora estão intensificando suas atividades presenciais.
Essa decisão vem influenciando o mercado imobiliário em todo o mundo, alterando preços e procuras por parte das empresas.
Uma métrica importante para entender o mercado de escritórios é a taxa de vacância, que é “o termo é utilizado para se referir aos espaços sem ocupação de um determinado empreendimento imobiliário”, segundo a XP Investimentos.
Durante a pandemia, essa taxa aumentou significativamente, atingindo 24,6% no terceiro trimestre de 2021 no Brasil.
No entanto, mesmo com uma taxa de vacância de 25,6% no último trimestre, a absorção líquida foi positiva, com mais empresas ocupando mais imóveis do que devolvendo.
No mesmo período, houve um aumento significativo nos lançamentos de novos escritórios em São Paulo, a maior cidade do país.
Enquanto no último trimestre de 2022 foram lançados 20 mil metros quadrados de novos espaços, no trimestre passado, esse número saltou para 143 mil metros quadrados, de acordo com a JLL.
Isso sugere que as empresas estão expandindo suas operações e ocupando mais espaço.
Coworkings em ascensão
Os espaços de coworking também estão ganhando destaque à medida que as empresas buscam flexibilidade em seus locais de trabalho.
O Censo Coworking revela que esses espaços cresceram significativamente, de 1.497 unidades em 2019 para 2.443 em 2023.
Eles oferecem contratos flexíveis de prestação de serviço, o que é atraente para empresas em um momento de incerteza quanto ao futuro do trabalho.
Outra tendência interessante é a descentralização dos escritórios, com empresas explorando bairros fora dos centros urbanos tradicionais.
Enquanto cidades como Chicago e Nova York enfrentam dificuldades para ocupar seus prédios comerciais devido à migração para áreas periféricas, o Brasil tem uma situação diferente.
A falta de infraestrutura em bairros afastados torna essa descentralização inviável, mantendo o foco nos centros urbanos.
O trabalho híbrido é também uma variável que está redefinindo a forma como as empresas alugam espaços de escritório.
Com um foco maior em espaços colaborativos e flexíveis, as empresas estão buscando locais que atendam às necessidades de uma força de trabalho que alterna entre o remoto e o presencial.
Isso inclui a demanda por áreas de convivência e cabines acústicas para chamadas virtuais.
O cenário internacional
Enquanto algumas empresas globais estão chamando seus funcionários de volta ao escritório, a tendência do trabalho híbrido parece ser a mais adotada.
Um estudo da consultoria McKinsey sugere que a presença dos funcionários nos escritórios será cerca de 30% menor do que antes da pandemia.
Isso reflete uma mudança nas dinâmicas de trabalho que afetará a demanda por espaços de escritório em centros urbanos em todo o mundo.
A IWG, dona da Regus & Spaces, por exemplo, registrou um aumento recorde em 34 anos de empresa durante o primeiro semestre de 2023.
“Hoje, eu opero com 30% mais demanda do que pré-pandemia”, revelou Tiago Alves, CEO da Regus & Spaces no Brasil, para a Forbes.
O aumento nos preços de locação, os lançamentos de novos escritórios e a ascensão dos coworkings são sinais claros de que a demanda por espaços de trabalho está em alta.
Enquanto o futuro do trabalho continua a evoluir, a flexibilidade e a adaptabilidade serão essenciais para atender às necessidades das empresas e de seus funcionários.
O mercado imobiliário comercial está se ajustando a essa nova realidade e continuará a desempenhar um papel fundamental na forma como trabalhamos.
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