A Agência Internacional de Energia (IEA) atualizou o seu Roteiro para o Zero Líquido, um plano ambicioso que delineia as ações necessárias para limitar o aquecimento global a 1,5°C. A atualização de 2023 traz novidades otimistas, mas também alertas para a necessidade de ações urgentes até 2030. Vamos explorar o que mudou desde 2021 e o que precisa ser feito para manter o planeta numa trajetória segura.
A evolução desde 2021: tecnologias limpas ganham terreno
Desde a primeira versão do roteiro em 2021, houve um crescimento recorde nas vendas de veículos elétricos (EVs) e na adoção de energia solar. Estas duas tecnologias, por si só, são responsáveis por um terço das reduções de emissões necessárias até 2030. Além disso, a dependência de tecnologias ainda não disponíveis no mercado para atingir o zero líquido em 2050 caiu de 50% para cerca de 35%.
Ações urgentes para a próxima década: não há tempo a perder
Para manter o mundo no caminho certo, várias ações precisam ser tomadas antes de 2030:
- Triplicar a capacidade global de energia renovável
- Dobrar a taxa anual de melhoria da eficiência energética
- Aumentar drasticamente as vendas de EVs e bombas de calor
- Reduzir as emissões de metano do setor energético em 75%
Se estas metas forem alcançadas, mais de 80% das reduções necessárias serão realizadas até o final da década.
Tecnologias que ficaram para trás: o que não está a funcionar
Embora a energia solar e os EVs estejam a brilhar, outras tecnologias não estão a cumprir as expectativas. O hidrogénio verde, a bioenergia sustentável e a captura e armazenamento de carbono (CCUS) estão atrasados relativamente às metas. A perspetiva da IEA sobre o CCUS é “uma de expectativas não cumpridas”.
O papel dos líderes globais: cooperação acima de tudo
Fatih Birol, diretor-executivo da IEA, sublinhou a necessidade de forte cooperação internacional. Separar as questões climáticas das geopolíticas é crucial para enfrentar os desafios à escala necessária. Dave Jones, líder de insights globais no think tank de energia Ember, também reforçou que a eletrificação limpa é o novo petróleo e que os líderes mundiais precisam pensar e construir em grande escala.
Embora o roteiro da IEA para 2023 traga boas notícias, também serve como um lembrete urgente. As ações devem ser tomadas agora para garantir um futuro mais verde e sustentável. A boa notícia é que sabemos o que precisa ser feito e como fazê-lo. Agora, a bola está no campo dos decisores globais.
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