A inteligência artificial chegou ao mundo da música. Pelo menos é isso que promete a nova empreitada do YouTube e da Universal Music que busca investir recursos em ferramentas de gerenciamento de direitos autorais. Venha entender!
Nesta segunda-feira, dia 21, o YouTube anunciou o lançamento de uma incubadora voltada exclusivamente para testes com IA no mundo da música.
E tendo a Universal Music como seu primeiro parceiro oficial, a plataforma já conta com a participação de grandes nomes da indústria como Anitta, Björn Ulvaeus do ABBA e o compositor Max Ricther.
O tema da IA fazendo parte desse segmento do mercado é um assunto que vem empolgando e preocupando profissionais da área na mesma medida.
Se por um lado a inteligência pode ajudar a monitorar uso indevido de direitos autorais, ajudar na parte burocrática e até mesmo dar uma ajudinha na hora que a criatividade falha, muitos reclamam do uso da ferramenta como uma forma de substituir especialistas.
Entretanto, Neal Mohan, presidente-executivo do YouTube, afirma que esse não é o caminho que desejam tomar com esse projeto.
“A incubadora ajudará a informar a abordagem do YouTube enquanto trabalhamos com alguns dos artistas, compositores e produtores mais inovadores da indústria musical”, disse ele.
Mohan ainda acrescenta que a busca de parceiros não se limita apenas a empresas da indústria musical, uma vez que buscam “reunir informações sobre experimentos e pesquisas de IA generativa que estão sendo desenvolvidos no YouTube”.
A popularização de aplicativos como o ChatGPT tornaram as IA generativas – aquelas capazes de desenvolver textos, imagens, sons e outros dados – uma ferramenta cada vez mais essencial em outros setores.
Entretanto, algo que pode vir a barrar o projeto, assim como afetar outros nichos, são as decisões governamentais sobre o uso devido de plataformas de IA, bem como de direitos vinculados às suas produções.
Por enquanto, o YouTube afirma que vai investir de forma massiva em tecnologias de inteligência, como em sua ferramenta de gerenciamento de direitos autorais, o Content ID, que busca proteger espectadores e criadores de conteúdo.
Inteligência artificial no mundo da música
Nos últimos meses, áudios gerados por IA têm se popularizado em redes sociais como o TikTok. Neles, os utilizadores conseguem fazer com que qualquer artista cante qualquer música.
A ideia se tornou tentadora e já atingiu uma enorme diversidade de músicos.
Alguns dos casos que viralizaram nas plataformas foram do cantor Freddie Mercury interpretando a música “My heart will go on”, de Celine Dion.
John Lennon também entrou na trend cantando a famosa “Do I wanna know” da banda Arctic Monkeys, e até mesmo Elvis Presley foi trazido cantando “Goodbye Yellow Brick Road”, composição de Elton John.
O recurso, conhecido como “deep fake” vai além do som e consegue inclusive recriar a feição dos artistas, como se eles realmente estivessem interpretando as músicas.
Por mais divertido que possa ser a criação desses ‘covers’, eles esbarram em um grande perigo de direitos autorais, tanto dos artistas clonados quanto das canções reproduzidas.
Sobre isso, o Google, responsável pelo YouTube, disse ao Financial Times que um de seus objetivos com a parceria com grandes gravadoras é desenvolver uma plataforma que organize e monetize tais usos.
Assim, os artistas teriam a opção de permitir que suas vozes e canções sejam usadas pela ferramenta.
Outros artigos interessantes: