A alteração do antigo Twitter para a nova marca ‘X’ é mais um passo tomado por Elon Musk para imitar o mega app chinês WeChat.Venha descobrir o porquê!
Não é de hoje que Elon Musk deixa clara suas intenções de transformar sua rede social, recém renomeada X, em uma plataforma multifuncional, se inspirando diretamente nos feitos do aplicativo chinês WeChat.
O app que combina mensagens, pagamentos, mídias sociais e de relacionamento, já foi elogiado por Musk mais de uma vez, o qual também deixou clara sua intenção de fazer algo parecido com o Twitter.
Em uma publicação recente do X em sua conta na rede social, o bilionário mostrou que suas intenções para os próximos meses são de adicionar “comunicações abrangentes e a capacidade de conduzir todo o seu mundo financeiro”.
Com uma queda cada vez mais preocupante no valor de marca da empresa, essa pode ser uma medida para recuperar a confiança dos utilizadores e patrocinadores.
Em outubro do ano passado, Musk adquiriu o app por um valor de US$ 44 bilhões, mas hoje, após as diversas mudanças feitas por ele que incluem um extenso rebrand, o novo valor de mercado da empresa é avaliado em US$ 20 bilhões.
O que é o WeChat?
Para que possamos entender porque o dono do Twitter está tão interessado na plataforma chinesa, precisamos antes de tudo entender melhor o que ela é!
O WeChat foi lançado pela gigante da tecnologia Tencent em 2011 e hoje é a principal rede social da China, sendo usada por quase todos seus 1,4 bilhões de habitantes.
O que chama atenção na plataforma é a diversidade de serviços que ela oferece aos seus utilizadores.
Algumas dessas funções são: mensagens, ligações de voz, jogos, mídia social, notícias, entrega, pagamento, entre outras.
Esse ‘super aplicativo’ é quase como a união dos maiores apps ocidentais em um só.
O início do WeChat teve por objetivo fazer oposição a expansão do WhatsApp e do iMessage.
Entretanto, seu crescimento se tornou exponencial, principalmente após a doação da função ‘Wallet’, que permite a vinculação de cartões de crédito e débito na interface.
Hoje, quase todos os estabelecimentos chineses aceitam pagamentos via app, graças a sua tamanha popularidade.
Até mesmo o governo está presente na plataforma, possibilitando que seus utilizadores acessem informações como da previdência social, multas de trânsito e contas hospitalares.
Durante o lockdown chines, o WeChat foi um poderoso aliado para manter as restrições de cercamento no país, uma vez que só era possível se locomover com um “código de saúde” gerado pelo governo no app.
A grande controvérsia da plataforma vem no campo da política, sendo essa uma ferramenta para restringir o acesso a determinadas fontes de informações, aplicativos e outros.
Na China, agências de notícias como a BBC e apps como Facebook e até mesmo o próprio X são proibidos.
Há lugar para o X se tornar um WeChat no ocidente?
Estão claras as ambições de Elon Musk de tornar seu app uma versão ocidental do WeChat, mas para isso ele enfrentará uma concorrência que a super plataforma chinesa não teve.
A pesquisadora Kendra Schaefer, da empresa de pesquisa política Trivium China, acredita que o futuro do X dependerá principalmente da integração de pagamentos dentro da plataforma.
Sendo Kendra, o WeChat se tornou o que é hoje ao se tornar “crucial para a vida cotidiana”, e que uma estratégia parecida poderia fazer com que Musk atinja esse tão sonhado domínio.
Entretanto, Edith Yeung, da empresa de investimentos Race Capital, chama a atenção para um obstáculo cultural que pode atrapalhar os planos do bilionário.
Na China, o pagamento digital é uma prática culturalmente forte, diferente do ocidente onde o dinheiro e os cartões são os principais meios de pagamento.
Dessa forma, Yeung afirma que essa adaptação no “mundo ocidental levará mais tempo”.
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