Com mais uma controversa decisão sobre o futuro do Twitter, agora X, Elon Musk anunciou que em breve a função de bloqueio de usuários estará suspensa. Utilizadores levantam preocupações com consequentes assédios e abusos que podem surgir.
Na última sexta-feira, dia 18, Elon Musk anunciou uma nova mudança em sua rede social: O fim dos bloqueios.
O antigo Twitter, adquirido pelo empresário por US$44 bilhões em 2022, vem gerando diversas controvérsias na internet, especialmente após o rebrand do X.
Entretanto, a decisão do fim dos bloqueios é uma das que mais vem indignando seus utilizadores.
Sobre o assunto, Musk se manifestou dizendo que o recurso “não faz sentido”, mas parece que nem todos concordam com ele. Venha entender o que rolou em detalhes!
O fim do bloqueio de utilizadores
A notícia veio a público em forma de tweet – ou melhor, de postagem – feita pelo próprio empresário em sua conta pessoal no X.
O tweet foi uma resposta ao post feito pela conta do Tesla Owners Silicon Valley, empresa da qual Musk também é CEO, na qual indagava se “existe uma razão para bloquear ou silenciar alguém?”
E apesar de nenhuma confirmação vinda do próprio X, internautas já começaram a se manifestar contra a medida.
O recurso, que é uma importante ferramenta para controlar interações indesejadas e até mesmo conteúdos sensíveis, pode gerar consequências graves caso excluído já que esse é o único método da rede social para barrar o contato com trolls.
Musk aumenta o discurso de ódio
O fim dos bloqueios preocupa não apenas utilizadores, mas até mesmo estudiosos e políticos que temem pelo aumento dos assédios e discursos de ódio na plataforma.
De acordo com dados do próprio Twitter/X, após a aquisição do app por Musk ataques verbais contra minorias aumentaram em disparada.
O assunto virou até mesmo tema de pesquisa feita pela ADL sob o título “Online Hate and Harassment: The American Experience 2023” (Ódio e assédio online: a experiência americana em 2023).
Mostrando um aumento de 23% no número de assédios denunciados no site em 2023, em relação ao ano anterior, o estudo cita grupos minoritários como a comunidade LGBTQIA+, mulçumanos, judeus e afro americanos como os mais atingidos por discursos de ódio.
Sobre o tema, a CEO do X, Linda Yaccarino, foi contra as alegações e afirmou que a plataforma tem severas políticas para “desamplificar” esses discursos.
Entretanto, se antes tais medidas poderiam se embasar, em boa parte, pelo bloqueio de utilizadores, como fica o cenário sem essa função?
“O bloqueio é uma questão crítica de paz de espírito para muitas pessoas, porque geralmente faz com que os perseguidores cibernéticos sigam em frente” disse um dos utilizadores do aplicativo em sua conta.
Sendo esse apenas um exemplo das preocupações dos internautas, aqueles a favor da medida defendem funções alternativas de restrição.
É verdade que o bloqueio não é a única maneira para se manter longe de trolls, recursos como a privação da conta, o silenciamento de utilizadores e manter comentários fechados em sua conta pessoal são algumas alternativas.
Contudo, ainda com tais possibilidades, o fim do recurso pode significar um aumento exponencial dos discursos de ódio, conteúdos sensíveis e compartilhamento de mensagens ofensivas no site.
Para a pesquisa feita pela ADL, uma utilizadora do app afirmou que fotos suas “viraram memes. As pessoas riam de mim. Também fui contatada por DM. Ignorei a pessoa que ainda está lá com vários perfis e faz o mesmo com os outros”.
Casos como esse podem se tornar cada vez mais comuns com o fim dos bloqueios.
Porém, ainda sem confirmações vindas diretamente do X, a exclusão do recurso pode ser apenas um desejo de Musk que nunca se concretize, especialmente após a repercussão negativa do ocorrido.
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