Os dados do segundo trimestre de 2023 mostram que o streaming vem sofrendo uma queda recorrente no número de assinantes, chegando a uma perda de quase 12 milhões de inscrições.
A onda de streamings que começou com a popular Netflix vem se mostrando uma dificuldade e tanto para algumas empresas.
A Disney+ é uma dessas plataformas que enfrenta dificuldade para manter seu catálogo intacto com a crescente queda no número de assinantes.
Um relatório trimestral divulgado pela empresa nesta quarta-feira, dia 09, mostra que o serviço de TV perdeu mais de 10 milhões de assinaturas entre os meses de abril e julho de 2023.
O documento mostra ainda que o mercado indiano foi o que mais sofreu impacto nesse período.
A plataforma acessou seu trimestre com um total de 146,1 milhões de assinaturas ativas. Valor esse que pode parecer muito, mas é desanimador em comparação aos 158 milhões de contas registradas nos primeiros três meses do ano.
Tendo a Netflix como sua principal concorrente, o que mais preocupa em relação ao streaming é o aumento no número de assinaturas, que chegou a quase 6 milhões no mesmo período de queda da Disney.
Muito disso se dá por conta da nova política de compartilhamento de senhas da plataforma, que restringe o uso de contas em diferentes lugares.
Essa é uma medida que vem sendo estudada pela Disney+ como uma possibilidade para voltar a crescer seus inscritos.
Em uma teleconferência sobre os resultados do trimestre, Bob Iger, CEO da Disney, afirmou ter “uma confiança incrível na trajetória de longo prazo da Disney”, mesmo com as dificuldades enfrentadas no momento pela empresa.
De acordo com o CEO, os próximos 5 anos da plataforma de streaming poderão ser mantidos sem grandes problemas graças aos lucros com bilheterias de cinema e parques temáticos.
“Desde o início, superamos as expectativas com um crescimento maciço de assinantes para o Disney+ e fomos comedidos nos gastos para impulsionar o crescimento de assinantes”, disse Iger como uma forma de manter os ânimos em relação a plataforma.
O Disney+ e a Índia
Um dos dados que mais chocou o segmento de streaming foi a queda considerável no número de assinantes da Índia.
Essa queda pode ser explicada com o serviço de TV Disney+ Hotstar, disponível no país e também no sudeste asiático.
O serviço de streaming é propriedade da Star India, uma subsidiária da Disney e se diferencia por trazer produções exclusivas abraçando o mercado de Bollywood.
O impacto principal na queda de assinantes se deve pela perda dos direitos de exibição dos jogos de críquete da Indian Premier League (IPL), esporte culturalmente importante na região, o que diminuiu o interesse dos inscritos.
Para além dessa dificuldade, outro problema enfrentado pela empresa é o aumento no número de assinantes de outras plataformas, como o Hulu, que ganhou 200 mil novos inscritos no primeiro trimestre, e o ESPN+, com 400 mil novos clientes no mesmo período.
Para conter essas perdas, a Disney, também dona da Hulu, vem estudando uma fusão entre os dois streamings.
O CEO da empresa, Bob Chapek, explicou que a intenção é oferecer uma experiência integrada para os espectadores, proposta muito parecida com a feita pela HBO Max.
Com mais de 7 mil funcionários demitidos no início de 2023, a Disney vem passando por uma reestruturação, afirmou o site Variety.
De acordo com a fonte, a marca já conseguiu reduzir as perdas no setor de streaming em cerca de US$ 400 milhões com remodelações em seu catálogo e contenção de gastos.
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