A IA generativa chegou a um novo patamar com a startup Unbabel, que usa a tecnologia e um sistema de eletromiografia (EMG) para criar um cérebro computacional que permite comunicação. Venha descobrir!
Parece até história de filme de ficção científica, mas se comunicar pelo pensamento pode ser uma realidade bem próxima graças a nova tecnologia desenvolvida pela startup Unbabel.
A empresa de serviços de tradução corporativa declarou para o site TechCrunch ter recebido um financiamento de US$90 milhões para desenvolver uma interface de cérebro computacional.
“Tivemos a ideia de olhar para interfaces cérebro-comunicação. Começamos a fazer vários experimentos, como um projeto de 20%”, afirmou Vasco Pedro, CEO da startup.
De acordo com Pedro, a ideia da companhia é analisar a evolução do cérebro humano e conectar a tecnologias de IA.
“Acho que o que estamos começando a ver é quase a criação do ‘uber córtex’, que achamos que será alimentado por IA e existirá fora do seu cérebro biológico”, disse o CEO.
Um projeto ambicioso
Chega a ser eufemismo dizer que a proposta da startup é ambiciosa, uma vez que nunca chegamos a ver tecnologia próxima até o momento.
Entretanto, o CEO da empresa explica que essa é uma realidade palpável, uma vez que os estudos em relação ao conhecimento do cérebro humano e tecnologias de inteligência artificial avançam cada vez mais.
O desenvolvimento do projeto ainda está em construção, mas já percorreu um bom caminho. Pedro diz que o primeiro sistema pensado para fazer essa integração foi o eletroencefalograma (EEG), mas que ele se mostrou muito invasivo para o corpo humano.
Foi por esse motivo que a equipe voltou seus esforços para o sistema de eletromiografia (EMG).
De acordo com o Mayo Clinic, o EMG é um “exame neurofisiológico especializado que avalia nervos e músculos”, capaz de analisar neurônios motores, nervos periféricos e músculos, por exemplo.
Usado na medicina para detectar doenças como esclerose lateral amiotrófica (ELA), neuropatia diabética e síndrome do túnel do carpo, os pesquisadores da Unbabel agora preveem um novo uso para o exame.
“Começamos a pensar no EMG como uma porta de entrada direta para a interação cerebral”, diz Vasco Pedro.
Os experimentos começaram para valer em 2022, com a equipe da startup conectando o sistema EMG com uma IA generativa. Segundo o TechCrunch, esse conjunto foi capaz de medir como o utilizador reagia ao pensar em uma palavra.
Desse modo, com um mapeamento possibilitado pelo EMG, a hipótese é de que será possível treinar a IA para construir uma espécie de dicionário com sinais que se relacionam a palavras.
Um teste do funcionamento dessa tecnologia de pensamento já foi demonstrado para o canal da TechCrunch, no qual o repórter perguntou ao CEO da empresa o que havia bebido em seu café da manhã. A resposta, “café preto” veio da IA sem que Pedro dissesse uma palavra.
A tecnologia cada vez mais calibrada
Para melhorar ainda mais as respostas geradas pelos sistemas de IA generativa e EMG, a Unbabel está investindo também em um LLM, um sistema de inteligência que usa algoritmos para recriar a linguagem humana.
“O LLM expande o que você está dizendo. […] Há uma interação com o LLM onde eu construo o que eu quero que ele diga, e depois aprovo a mensagem final”, afirma o CEO.
Em relação a resposta do “café preto”, apontada acima, o LLM refinou os sinais detectados e foi capaz de entregar a resposta “americano” para o tipo de café tomado por Pedro.
“O LLM pega um prompt básico e o expande em uma resposta completa, quase imediatamente. Eu não teria tempo para digitar tudo isso de forma natural”, completa ele.
A invenção, chamada de Halo pela startup, está programada para fazer sua estreia em dezembro deste ano.
Os primeiros testes comerciais serão focados em ajudar pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA) em Portugal, mas a proposta é que com o tempo essa se torne uma ferramenta útil para outros casos, como paralisias cerebrais.
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