A NASA quer testar um foguetão nuclear já em 2027. Agora, deu um importante passo para que isso seja possível ao escolher a empresa que o vai desenvolver.
No programa DRACO, a NASA e a DARPA selecionaram a Lockheed Martin para liderar a conceção, construção e teste do inovador foguetão impulsionado por energia nuclear. O projeto impulsionará a exploração espacial e acelerará as missões tripuladas a Marte.
Na última quarta-feira, a NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) e a DARPA (Agência de Projetos de Investigação Avançada de Defesa) uniram forças para anunciar a escolha da Lockheed Martin como a empresa principal para o desenvolvimento de um foguetão de demonstração com propulsão nuclear. Este projeto visionário faz parte do programa “Demonstração de Foguetões para Operações Cislunares Ágeis” (DRACO) e tem como objetivo realizar o teste deste foguetão movido a energia nuclear já em 2027.
Em colaboração com outros parceiros da indústria espacial comercial, a NASA e a DARPA esperam acelerar o avanço tecnológico necessário para viabilizar missões tripuladas a Marte. Pam Melroy, administradora adjunta da NASA, enfatizou a importância dessa parceria: “Trabalhar com a DARPA e com empresas de toda a indústria espacial comercial permitir-nos-á acelerar o desenvolvimento da tecnologia de que necessitamos para enviar seres humanos a Marte. Esta demonstração será um passo crucial para atingir os nossos objetivos de transporte de tripulações para o espaço profundo, da Lua a Marte”.
Propulsão nuclear: O futuro das missões tripuladas a Marte
Para a NASA, a propulsão nuclear representa uma das capacidades essenciais no planeamento de futuras missões tripuladas ao Planeta Vermelho. A utilização de um foguetão movido a energia nuclear oferece a promessa de viagens mais rápidas, reduzindo a complexidade das missões e o risco para a tripulação. Comparativamente aos foguetões químicos convencionais, esta tecnologia pode ser mais de duas vezes mais eficiente, o que significa que requer substancialmente menos propulsor e possibilita o transporte de mais equipamentos para fins científicos. Além disso, a propulsão nuclear proporciona uma fonte de energia mais abundante para instrumentos e sistemas de comunicação durante a viagem.
Lockheed Martin lidera o caminho
Conforme os termos do acordo estabelecido com a DARPA, a Lockheed Martin assume a responsabilidade pela conceção, integração e testes da nave espacial. A empresa será a peça-chave na transformação da visão do foguetão movido a energia nuclear em realidade.
A BWX Technologies, com sede em Lynchburg, Virgínia, também desempenha um papel crucial no projeto, sendo responsável pela conceção e construção do reator de fissão nuclear que alimentará o motor do foguetão. A Direção da Missão de Tecnologia Espacial da NASA (STMD) será responsável pela gestão global e execução do motor DRACO movido a energia nuclear.
Investimento no futuro da exploração espacial
A NASA demonstra o seu compromisso ao investir até 300 milhões de dólares no programa DRACO. Essa verba inclui até 250 milhões de dólares destinados aos custos de conceção e desenvolvimento do motor de propulsão nuclear, além da supervisão técnica e do conhecimento especializado fornecido pela agência.
A Força Espacial dos EUA também terá um papel importante no programa DRACO, fornecendo o lançamento do foguetão e o apoio ao local de lançamento.
Além do DRACO
Paralelamente ao programa DRACO, a NASA continua a trabalhar com o Departamento de Energia dos EUA e com a indústria noutras iniciativas de tecnologia nuclear espacial. Dentre elas, destacam-se a Fission Surface Power e um projeto separado para explorar possíveis designs de futuras naves espaciais térmicas nucleares.
A parceria entre a NASA e a DARPA no programa DRACO representa um marco significativo no progresso da exploração espacial e oferece a perspetiva de um futuro emocionante para a humanidade na exploração do espaço profundo e, eventualmente, na chegada a Marte.
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