Uma música criada por Inteligência Artificial pode ver a ganhar um Grammy, mas a criatividade humana tem de estar presente.
A Recording Academy abre caminho para a inclusão da inteligência artificial (IA) na indústria musical, desde que os trabalhos produzidos com essa tecnologia deem o devido crédito à autoria humana. Segundo as novas regras anunciadas pela Academia, o prémio mais cobiçado da música é reservado exclusivamente aos “criadores humanos”, rejeitando categoricamente qualquer obra desprovida de “autoria humana”.
Utilizando IA com crédito adequado
O CEO da Academia, Harvey Mason Jr., esclareceu que um ser humano pode, sim, utilizar a IA para criar um single ou álbum digno de reconhecimento, desde que sejam atribuídos os créditos correspondentes. Em entrevista à Associated Press, Mason afirmou que “a música que contém elementos criados por IA é absolutamente elegível para entrada e para consideração para nomeação para o Grammy. Ponto final”. No entanto, ressaltou que a IA em si não receberá um Grammy ou uma indicação para o prémio.
Grammy reconhecem a criatividade humana
Os prémios Grammy reconhecem a diversidade de contribuições criativas na criação da boa música, abrangendo áreas como composição, produção e performance. Dessa forma, caso um cantor interprete palavras geradas por IA, não receberá crédito pela composição. Já no caso de uma atuação protagonizada pela IA, o ser humano envolvido pode ser creditado como produtor.
Mason salientou que, para ser considerado para uma nomeação ou vitória, o ser humano precisa contribuir de forma significativa, destacando-se acima do mínimo exigido. Segundo ele, “não queremos que a tecnologia substitua a criatividade humana. Queremos ter a certeza de que a tecnologia está a melhorar, a embelezar ou a acrescentar algo à criatividade humana”.
Inspiração vinda do Reino Unido
Essa decisão da Recording Academy segue a orientação de um consórcio de 24 faculdades renomadas do Reino Unido, incluindo Oxford e Cambridge. Recentemente, essas instituições permitiram que alunos e funcionários utilizem IA generativa nos seus trabalhos académicos, desde que o façam de forma ética. A notícia foi bem recebida pelos entusiastas da IA, que agora esperam ver o surgimento de criações musicais com elementos de IA nomeadas para os prémios Grammy.
Adaptação das regras após meses de deliberação
Segundo Mason, o processo de definição das regras para esta edição dos prémios levou cerca de seis meses para ser concluído. O CEO da Academia está confiante de que algumas participações receberão contribuições de IA, mas ressalta que ainda é incerto se essas serão nomeadas ou não.
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