Uma mala microscópica foi vendida em leilão por 58 mil euros. Inspirada num modelo da Louis Vuitton, a mala é visível a olho nu, mas os pormenores apenas podem ser vistos ao microscópio.
Esta mala, menor do que um grão de sal e suficientemente estreita para passar por um buraco de agulha, foi fabricada através de uma técnica de impressão 3D. Com um tom irónico, o coletivo de arte MSCHF, sediado em Brooklyn, Nova Iorque, critica as tendências das malas de luxo, cada vez mais compactas.
Uma joia visível apenas através de um microscópio
Embora visivelmente fluorescente e com alças, os detalhes desta mala em miniatura são impossíveis de apreciar a olho nu, apenas sendo revelados através de um microscópio. A obra de arte, que desafia as convenções do luxo, foi descrita pelo MSCHF como a “palavra final em miniaturização de malas”, numa publicação no Instagram.
O diretor criativo do coletivo, Kevin Wiesner, expressou a sua opinião sobre as malas, destacando a sua evolução de objeto funcional para uma verdadeira joia: “Eu acho que as malas são um objeto engraçado, porque derivam de algo rigorosamente funcional (…), mas hoje em dia tornou-se uma joia”, afirmou ao jornal The New York Times.
mala microscópica vendida sem autorização da marca
A venda desta peculiar criação ocorreu na plataforma de leilões online Joopiter, fundada pelo produtor discográfico e designer norte-americano Pharrell Williams. Embora seja o atual diretor criativo da Louis Vuitton, o MSCHF não solicitou autorização para utilizar o logótipo da prestigiada marca de luxo.
Kevin Wiesner, defendendo a filosofia do coletivo, afirmou: “Nós seguimos a filosofia de ‘pedir perdão, não permissão'”. De forma humorística, acrescentou: “O Pharrell adora chapéus grandes, por isso fizemos-lhe uma mala incrivelmente pequena”.
O MSCHF e a sua abordagem irónica ao consumismo
O MSCHF, fundado em 2019, o MSCHF tem ganhado notoriedade através da sua abordagem irónica e controversa ao consumismo. Em 2021, o grupo enfrentou um processo judicial movido pela Nike devido ao uso não oficial da marca nas “Sapatilhas Satânicas”, uma colaboração com o artista Lil Nas X. Essas sapatilhas, inspiradas no modelo 666.º da Nike, apresentavam uma sola vermelha e a inscrição “Luke 10:18”, uma referência bíblica que alude à expulsão de Satanás do céu.
Em 2019, a companhia de arte lançou as “Sapatilhas de Jesus”, uma crítica à cultura das colaborações entre marcas de sapatilhas e empresas de outros setores. Essas sapatilhas, vendidas por quatro mil euros cada, possuíam uma cruz nos atacadores, um versículo bíblico e água benta do Rio Jordão na sola, todas esgotadas.
Com esta nova criação, o MSCHF continua a surpreender e a provocar reflexões sobre os padrões do consumismo contemporâneo. A mala microscópica inspirada na Louis Vuitton, que desafia as noções convencionais de luxo e funcionalidade, conquista agora a atenção dos amantes da arte e do design.
MSCHF quer dizer “miscellaneous mischief”, que pode ser traduzido em português para travessuras diversas.
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