A OpenAI alertou a Microsoft que poderia ter problemas com a integração do Chat GPT-4 no Bing sem formação adicional.
Apesar do aviso, a Microsoft resolveu avançar com o projeto, integrou o GPT-4 no Bing, lançou o Chat Bing e teve problemas, com os utilizadores a notarem um comportamento “desequilibrado” na ferramenta de inteligência artificial do motor de busca.
Jornalistas contaram que quando a conversa com o Chat Bing se torna mais extensa, o chatboot pode por vezes manifestar um comportamento estranho e, até obsessivo.
O acordo entre a Microsoft e a Open IA revelou-se uma aliança potencialmente frágil, com “conflitos e confusão” nos bastidores, como noticia o Wall Street Journal.
Microsoft ficou com 49% da OpenAI
Em vez de adquirir a OpenAI imediatamente, a Microsoft optou por investir 49% na empresa de inteligência artificial, como estratégia para evitar o escrutínio antimonopólio. Essa parceria permitiu à Microsoft o acesso antecipado ao ChatGPT e ao DALL-E 2 da OpenAI para aprimorar o Bing
Além disso, a empresa está a incorporar o CoPilot da OpenAI no Office e noutros produtos de software, enquanto a rival Google busca recuperar o atraso.
Em contrapartida, a OpenAI recebe investimento financeiro e servidores da Microsoft para hospedagem.
Relação aberta com dificuldades
A relação entre as empresas é descrita pelo WSJ como “aberta”, na qual a Microsoft mantém influência significativa, mas não possui controle total. Embora o acordo limite os clientes dos motores de busca da OpenAI, a empresa mantém a liberdade de trabalhar com concorrentes da Microsoft.
Essa situação pode levar a dificuldades, como a sobreposição de equipas de vendas nos mesmos clientes. Além disso, os funcionários da Microsoft reclamam da diminuição dos gastos internos com IA e da falta de acesso direto aos modelos da OpenAI para pesquisadores e engenheiros.
Lançamento surpreende Microsoft
O lançamento do ChatGPT pela OpenAI surpreendeu os funcionários da Microsoft, já que a startup disponibilizou seu chatbot ao público em novembro passado e tornou-se recordista como a app com o maior crescimento de utilizadores. A Microsoft só lançou a integração do Bing GPT em fevereiro, quando o ChatGPT já estava a caminho de se tornar um nome conhecido.
Apesar do lançamento instável da IA do Bing, é inegável que a Microsoft beneficiou amplamente com a parceria. O motor de busca registou um aumento inicial de 15% no tráfego após a adição da integração GPT, e o aplicativo móvel Bing foi descarregado 750.000 vezes, incluindo um pico de 150.000 instalações diárias durante a primeira semana.
Grande notícia para o Bing
O fato de o Bing ter se tornado um produto amplamente comentado – após anos sendo ridicularizado como concorrente do Google – é, por si só, uma grande conquista. “Quando crescemos, isso ajuda [a OpenAI], e quando eles crescem, isso ajuda-nos a nós”, afirmou a diretora financeira da Microsoft, Amy Hood, em abril.
No entanto, alguns analistas veem a parceria como potencialmente problemática a longo prazo. “O que os coloca em rota de colisão é que ambas as partes precisam ganhar dinheiro”, disse Oren Etzioni, membro do conselho de administração e diretor executivo do Allen Institute for Artificial Intelligence, ao Engadget. “O conflito reside no fato de ambas estarem tentando obter lucros com produtos semelhantes.”
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