Uma das grandes pioneiras no setor de viagens espaciais é a empresa do bilionário Elon Musk, a SpaceX. Já reconhecida como referência em tecnologia e sucesso, chocou o público ao falhar após o lançamento da Starship, que explodiu no ar antes mesmo de atingir a órbita terrestre.
A Starship, o foguete mais poderoso já produzido no mundo, foi lançado de sua base, em Boca Chica, no Texas, no fim de abril sem tripulação. Seu propulsor, de nome Superheavy, estava programado para se separar da cápsula da Starship, mas infelizmente isso não aconteceu.
Mais tarde, a SpaceX explicou que alguns motores foram desligados durante o voo, e por conta disso, foi preciso acionar um sistema para destruí-lo.
O que muitos não sabem é que a possibilidade de erro já fazia parte dos estudos para esse lançamento. Por isso, desde o início da operação a empresa não buscava reaproveitar o foguete. Sendo somente um teste, que, apesar da explosão, foi muito bem-sucedido, segundo o próprio dono da empresa. Elon Musk, em suas redes sociais, disse que o ocorrido foi um grande aprendizado.
As tentativas anteriores da SpaceX
Apesar de ser uma ciência de tentativa e erro até chegar a um resultado satisfatório, a SpaceX conseguiu feitos bastante consideráveis.
É o caso da Falcon 9, o primeiro foguete que completou a sua missão de levar a espaçonave Dragon para o espaço e pousou sozinho em uma plataforma marítima sem explodir a si mesmo, ou a sua composição. Isso possibilita a criação de foguetes que consigam pousar sozinhos, economizando materiais e podendo ser acoplados em naves.
Falhas são comuns
A ciência de foguetes é gerada através de tentativa e erro. Segundo Alexandre Millen, que trabalhou 15 anos nas bases aéreas de Alcântara (MA) e Barreira do Inferno (RN), em entrevista ao G1, “são vários estágios; se ele conseguiu pelo menos lançar, nem que seja poucos minutos, ele já conseguiu atingir o objetivo”.
Todo o programa Apollo, que conseguiu levar o homem à lua originalmente, em sua 11ª tentativa, foi montado basicamente em uma ciência com base em tentativa e erro. Alguns até mesmo trágicos e lembrados até hoje.
O maior deles aconteceu em 27 de janeiro de 1967, durante a missão da Apollo 1, onde ocorreu um incêndio dentro da cabine, devido a um curto-circuito, que acabou ceifando a vida dos astronautas Virgil Grissom, Edward White e Roger Chaffee.
Atualmente, no Centro Espacial Kennedy, da NASA, existe um memorial em homenagem aos astronautas, juntamente de inúmeros itens expostos da missão, incluindo a escotilha da própria Apollo 1.
O trauma foi tão grande que as missões posteriores foram rebatizadas como AS-201, AS-203 e AS-202, para testar o foguete Saturn IB. Com isso, a NASA renomeou a missão Apollo 1 como AS-204.
Somente na Apollo 7, que foi lançada com sucesso em 11 de outubro de 1967, que foram testar novamente um foguete com tripulação a bordo. O que também rendeu um problema, considerando que os tripulantes ficaram resfriados após 15 horas de voo, o que é uma condição particularmente incômoda quando não se tem gravidade.
Entretanto, a missão foi um sucesso, e permitiu que novos testes fossem feitos até o momento histórico com a Apollo 11.
É importante lembrar também que todos os tripulantes das missões possuíam seguro de vida, para garantir que, mesmo que acontecesse o pior com eles em missão, ou fora dela, suas famílias estariam protegidas para o futuro.
Com isso, falhas e explosões de foguetes são oportunidades de aprendizado valiosas no ramo espacial. Podemos até mesmo aprender um pouco com isso, não?