Elon Musk, co-fundador da Neuralink, partilhou recentemente a notícia que a empresa tem planos para arrancar com o seu primeiro ensaio clínico humano ainda este ano. Esta notícia surge após a autorização por parte do governo dos Estados Unidos. Segundo Musk, este ensaio envolverá a implantação da tecnologia da empresa num paciente tetraplégico ou paraplégico.
A despeito das investigações em curso sobre os seus ensaios em animais, a Neuralink recebeu luz verde da Food and Drug Administration dos EUA (FDA) para avançar com o seu primeiro ensaio clínico em humanos. Esta aprovação constitui um marco significativo para a Neuralink, que aspira a revolucionar o campo das interfaces cérebro-computador. O ensaio pretende avaliar a segurança e eficácia da tecnologia da Neuralink em humanos e acalenta esperanças para pessoas acometidas por condições de paralisia.
Ambições reveladas no VivaTech
Durante a sua presença no evento VivaTech, em Paris, Elon Musk, também CEO da Tesla, Twitter e SpaceX, revelou a intenção da empresa de implantar a sua tecnologia num paciente humano ainda este ano. O anúncio sublinha a ambição da Neuralink em avançar no campo das interfaces cérebro-computador.
Musk partilhou esta novidade com os presentes no evento, anunciando que o procedimento seria transmitido via webcast. A implantação, esperada como um marco significativo para a Neuralink, simboliza o progresso da empresa em alcançar o seu objetivo de potenciar as capacidades humanas através da tecnologia cérebro-processador. Com a liderança multifacetada de Musk em diversas iniciativas inovadoras, o anúncio gerou uma grande expectativa relativamente às implicações potenciais dos avanços da Neuralink em implantes neurais.
Musk optou por não divulgar detalhes específicos sobre o iminente ensaio humano e não forneceu informações sobre o número de pacientes envolvidos ou a duração do ensaio.
Polémica dos ensaios em animais
A Neuralink enfrenta atualmente uma investigação nos Estados Unidos relativa ao seu manejo de experimentos em animais. Ex-empregados da Neuralink vieram a público com alegações de que a empresa conduziu cirurgias em macacos, porcos e ovelhas de forma precipitada e mal gerida, levando a mortes de animais evitáveis.
Essas experiências teriam sido realizados como parte dos esforços da Neuralink para reunir dados que apoiassem a sua aplicação para ensaios humanos, e teriam sido feitos sob imensa pressão de Musk.
A investigação sobre as práticas da Neuralink lança luz sobre preocupações a respeito da abordagem da empresa aos experimentos em animais. Alegações de procedimentos cirúrgicos inadequados e mortes desnecessárias de animais levantaram questões sobre a adesão da empresa aos protocolos adequados e aos padrões éticos. Enquanto a Neuralink se esforça para liderar os avanços nas interfaces cérebro-computador, a investigação serve como um lembrete da importância de práticas de pesquisa cuidadosas e responsáveis, particularmente no campo das tecnologias médicas experimentais.
Especialistas acreditam que o caminho da Neuralink para a autorização comercial pode estender-se para além de uma década, mesmo demonstrando segurança do dispositivo em humanos. A empresa também enfrenta concorrência de outras empresas de neurotecnologia que já implementaram os seus dispositivos.
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