Um empregado de limpeza desligou da ficha um frigorífico num laboratório e as amostras de dezenas de anos de trabalho de cientistas ficaram inutilizadas. Agora, o laboratório está a processar a empresa de limpeza.
O Instituto Politécnico Rensselaer, em Troy, Nova Iorque, exige pelo menos 1 milhão de euros a uma empresa de limpeza, por não ter dado a formação adequada aos empregados que faziam a limpeza ao laboratório. Como consequência, argumentam, perdeu-se o trabalho de décadas de uma investigação potencialmente inovadora.
Tudo se passou há três anos. Em setembro de 2020, o congelador de super-frio do laboratório sofreu uma avaria. Os investigadores chamaram imediatamente a equipa de reparação. Mas como os técnicos apenas chegariam uma semana depois, K.V. Lakshmi, a cientista que liderava o projeto, resolveu jogar pelo seguro.
Apesar de estar com uma avaria, o supercongelador continuava a funcionar e permitia que as amostras de dezenas de anos de trabalho continuassem viáveis.
O supercongelador é um equipamento de tal forma sensível para a pesquisa que emite um sinal sonoro intermitente que avisa que está com problemas.
Os cientistas deixaram um papel na porta do frigorífico a avisar em letras maiúsculas os empregados de limpeza que não precisam de limpar o equipamento e deixaram instruções sobre como desligar o sinal sonoro: “POR FAVOR, NÃO MOVER NEM DESLIGAR”.
Mas K.V. Lakshmi e os outros cientistas foram mais longe. Colocaram um cadeado à volta da tomada que fornecia energia ao congelador.
Quatro dias depois de o equipamento ter começado a apitar, K.V. Lakshmi voltou ao laboratório, descobrindo então que alguém tinha desligado a máquina, destruindo décadas de materiais de investigação avaliados em cerca de 1 milhão de dólares.
O advogado que representa a universidade, Michael Ginsberg, afirma ao Washington Post que a Daigle não deu formação adequada a um empregado de limpeza que, depois de ouvir os “alarmes irritantes” do congelador, utilizou o disjuntor do laboratório para cortar a energia.
Em tribunal, o laboratório está a pedir um milhão de dólares, que estima ser o custo de reproduzir a investigação de Lakshmi sobre fotossíntese que tinha “o potencial de ser inovadora” para a tecnologia solar.
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