Um estudo recente do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO) revela um dado perturbador: 50% dos jovens europeus consideram admissível a aquisição de produtos falsificados (contrafação), principalmente quando o custo dos originais é elevado.
Este número é especialmente preocupante, pois representa uma fatia significativa dos consumidores de idade compreendida entre os 15 e os 24 anos.
Ligação Entre Contrafação e Crime Organizado
Apesar disso, o estudo também mostra que 80% dos europeus associam a contrafação a organizações criminosas, e entendem que a aquisição de produtos falsificados é prejudicial para empresas e postos de trabalho. Essa percentagem eleva-se para 83% quando se considera que a compra de falsificações apoia uma conduta imoral.
Riscos para a saúde e segurança
A pesquisa revela igualmente que dois terços dos europeus estão cientes dos riscos que a contrafação representa para a saúde, segurança e ambiente. Este dado é particularmente relevante no contexto do aumento da incerteza entre os consumidores sobre a autenticidade dos produtos que adquirem: 39% dos europeus e 52% dos jovens já duvidaram se adquiriram um produto falsificado ou não.
Insegurança e contrafação em Portugal
Em Portugal, o cenário é semelhante: 47% dos utilizadores não tinham certeza sobre a autenticidade de um produto adquirido e 11% admitiram ter adquirido intencionalmente produtos falsificados. Além disso, 14% dos portugueses confessam ter acedido a conteúdos ilegalmente, principalmente desportivos.
Procura por fontes legais de conteúdo
Apesar da tendência preocupante, a pesquisa também aponta que 43% dos europeus – e 44% dos portugueses – pagaram para aceder a conteúdos de uma fonte legal no último ano. Além disso, 80% dos europeus prefeririam utilizar fontes legais para aceder a conteúdos online, se disponíveis a um preço acessível.
O papel do EUIPO
Perante estes resultados, Christian Archambeau, Diretor Executivo do EUIPO, destacou a importância de compreender as percepções dos cidadãos para desenvolver diálogos significativos com os consumidores e partes interessadas. Salientou ainda a necessidade de apoiar a proteção dos consumidores e o acesso a conteúdos digitais provenientes de fontes legais.
Considerações Finais
A conclusão do estudo realça a importância da acessibilidade a nível de preços e de uma maior seleção de conteúdos provenientes de fontes legais. Ambos os factores são essenciais para afastar as pessoas dos conteúdos pirateados ou de contrafação e para reverter a tendência preocupante de aceitação de falsificações, sobretudo entre os jovens.
Para ler o estudo completo clique neste link
Sobre o estudo:
O relatório apresenta as conclusões do estudo de 2023 sobre «Cidadãos Europeus e Propriedade Intelectual: Perceção, Sensibilização e Comportamento» (estudo sobre a perceção da PI), e lança ainda mais luz sobre as conclusões dos estudos anteriores de 2013, 2017 e 2020 sobre a perceção da PI. O objetivo do estudo é reunir conhecimentos sobre as atitudes dos consumidores europeus em relação à propriedade intelectual. No total, foram realizadas 25 824 entrevistas em linha entre 30 de janeiro e 15 de fevereiro de 2023 a residentes com 15 anos de idade ou mais, em todos os Estados-Membros da UE.
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