Raphael Rodrigues, COO da Capri Venture, partilha a sua visão sobre a importância crescente da inteligência artificial (IA) no ecossistema das startups.
Rodrigues destaca como a IA pode ser uma aliada poderosa para estas empresas emergentes, ajudando-as a superar desafios inerentes ao seu modelo de negócio e a escalar de forma eficiente e económica.
Inteligência artificial: vantagens para as startups
As startups normalmente enfrentam diversos obstáculos, com questões inerentes ao modelo de negócio. Nos primeiros passos do empreendimento, o principal desafio é escalar o produto ou serviço de forma rápida e eficiente, com o menor custo possível. Para facilitar essa jornada, a inteligência artificial pode ser uma grande aliada.
Essa tecnologia permite acelerar as atividades e reduzir o tempo gasto com tarefas repetitivas, por meio da automação de processos. A IA também possibilita usar assistentes virtuais para demandas de atendimento, bem como otimizar a análise de dados, com foco no comportamento do cliente ideal e na melhor abordagem para o tomador de decisão.
A IA está cada vez mais presente no dia a dia das pessoas e dentro das empresas. Um estudo da Harvard Business Review apontou que companhias que usam essa tecnologia para vendas conseguiram aumentar seus leads em mais de 50%. Embora ainda não haja dados sobre o uso da IA por startups, não há dúvidas de que essas soluções podem oferecer diversos benefícios para os negócios do segmento da inovação.
Esses instrumentos podem ser aplicados de várias maneiras para ajudar a melhorar a eficiência, criar novas oportunidades de negócios, aprimorar a experiência do cliente, reduzir custos e aumentar a escalabilidade, além de fornecer insights valiosos para a tomada de decisões. Os recursos e algoritmos mais comuns incluem machine learning, técnica de IA que permite que o sistema aprenda a partir de dados; redes neurais artificiais; processamento de linguagem natural e processamento de imagens; entre outros.
No contexto das startups, a IA é muito utilizada para monitoramento e coleta de dados, por meio de chat bots, por exemplo. Além de reduzir o tempo de espera e melhorar a experiência do cliente, quando o fluxo de atendimento é bem definido, a captação de dados flui naturalmente durante as conversas desse atendimento. Antes disso, é preciso definir quais são os dados fundamentais naquele momento, de modo a orientar melhor a análise de informações, para que seja mais efetiva. Com a ajuda da tecnologia, é possível identificar padrões com muito mais agilidade.
Contudo, ao utilizar essas soluções, as empresas devem olhar também para a segurança da informação. É importante criptografar os dados armazenados e transmitidos pela IA, impedindo o acesso indesejado a informações confidenciais. É recomendável limitar o acesso aos dados somente a colaboradores autorizados e exigir verificação eficiente, como autenticação de dois fatores, por exemplo, para acessar sistemas e dados críticos.
Outra boa dica é monitorar continuamente os sistemas de segurança e auditoria, identificando e respondendo a ameaças e vulnerabilidades rapidamente. Por fim, é necessário garantir que todo o time envolvido na utilização dessas ferramentas esteja ciente das melhores práticas de segurança da informação, de modo a assegurar a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O emprego da IA apresenta desafios e limitações que devem ser considerados cuidadosamente antes de sua adoção em uma startup. Escassez de dados, falta de flexibilidade e custos são alguns exemplos de possíveis problemas no processo de implementação. Por isso, é importante mapear e entender essas barreiras para contorná-las, para que a tecnologia seja utilizada com ética e responsabilidade.
*Por Raphael Rodrigues, COO da Capri Venture Builder, é uma corporate venture builder que nasceu com o propósito de transformar o ecossistema pet.
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