Yintao “Roger” Yu, ex-executivo da ByteDance, empresa mãe do TikTok, desencadeou um processo legal contra a sua antiga empresa. Yu, que foi demitido em 2018 do cargo de chefe de engenharia nos EUA, alega que o Partido Comunista Chinês dispõe de um “canal secreto” dentro da empresa, proporcionando-lhe “acesso supremo” a todos os dados gerados pela aplicação TikTok.
Acusações Graves
Estas acusações confirmam os receios dos legisladores e autoridades americanas, que começaram a bloquear o TikTok em dispositivos governamentais em 34 estados. No mês passado, Montana aprovou legislação que proíbe o uso do TikTok em dispositivos pessoais dentro das fronteiras estaduais e impede ainda a oferta da aplicação em qualquer loja de aplicações no estado.
A ByteDance já veio a público afirmar que combaterá energicamente o processo, classificando-o de “infundado”. A empresa sublinhou ainda que Yu trabalhou na empresa por menos de um ano.
Alegações de Má Conduta
Segundo Yu, a ByteDance roubava conteúdo com direitos de autor do Instagram e Snapchat. Além disso, acusou a empresa de falsificar o número de utilizadores na aplicação para melhorar as métricas. Yu alega ainda que a ByteDance estava a ajudar a espalhar propaganda do Partido Comunista Chinês.
No seu processo, Yu revela que era conhecido internamente na ByteDance que um comité especial controlado pelo governo chinês tinha um papel na empresa, apesar de o comité não trabalhar para a ByteDance. “O Comité mantinha acesso supremo a todos os dados da empresa, mesmo os armazenados nos Estados Unidos. Após receber críticas sobre o acesso a partir do estrangeiro, os engenheiros individuais na China foram impedidos de aceder aos dados dos utilizadores dos EUA, mas o Comité continuou a ter acesso”, afirma.
Contradições
Estas alegações contradizem uma carta recente da ByteDance ao Congresso americano, onde a empresa garante que nunca partilhou dados de utilizadores americanos com o governo chinês, e que não o faria mesmo que o Partido Comunista Chinês o exigisse.
A queixa detalha ainda como o TikTok usava software para extrair vídeos de plataformas concorrentes. “Estas ações foram tomadas sem a permissão dos criadores de conteúdo e representaram um esforço ilegal para ganhar vantagem contra sites estabelecidos de alojamento de vídeo online”, refere a ação. Yu pede a um juiz do Tribunal Superior de São Francisco para ordenar ao TikTok que pare de extrair conteúdo de outros sites de redes sociais sem a permissão dos criadores de conteúdo.
Estas alegações poderão ter grande repercussão em Washington D.C., onde o TikTok e a ByteDance têm sido alvo de críticas por parte das duas principais forças políticas e das duas últimas administrações.
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