Geoffrey Hinton, vice-presidente e engenheiro da Google, deixou a empresa após uma década de colaboração. Hinton é responsável por algumas das técnicas mais importantes da inteligência artificial (IA) moderna desenvolvidas pela Google. Segundo o New York Times, o engenheiro demitiu-se devido a receios sobre a tecnologia que ajudou a criar.
Hinton fala abertamente sobre as suas preocupações, razão pela qual decidiu deixar a empresa. O engenheiro lamenta o envolvimento em alguns projetos ao longo da sua carreira. Geoffrey Hinton vai conceder uma entrevista à MIT Technology Review na conferência EmTech Digital, a sua primeira após a demissão.
Possíveis ligações entre a IA da Google e o exército dos EUA
Hinton tem expressado preocupações sobre o uso da IA, especialmente em relação a fins militares. O engenheiro também explicou por que passou a maior parte do tempo no Canadá, onde é mais fácil obter financiamento sem ligações ao exército dos EUA.
Em resposta à demissão de Hinton, o cientista-chefe da Google expressou gratidão pelos anos de trabalho conjunto e reforçou o compromisso da empresa com a abordagem responsável da IA.
Nos anos 80, Hinton e dois colegas propuseram um algoritmo chamado Retropropagação, que hoje está na base da maioria das tecnologias de machine learning. O engenheiro acredita que este método é semelhante à forma como o cérebro humano aprende.
A IA e o machine learning de hoje são possíveis graças a Geoffrey Hinton
Um professor da Universidade de Montreal e diretor científico do Montreal Institute for Learning Algorithms elogiou Hinton pelo papel crucial que desempenhou no desenvolvimento do machine learning. Ele acredita que o engenheiro sente uma forte responsabilidade em alertar o público sobre os potenciais riscos dos avanços na IA.
As razões para a demissão de Hinton levantam questões preocupantes: a Google estará a tirar proveito do machine learning para criar algo perigoso? Há alguma ligação entre a tecnologia de Retropropagação e o exército dos EUA? Espera-se que Hinton esclareça estas questões durante a sua entrevista à MIT Technology Review.
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