O maior leilão de sempre de joias está a ser ensombrado pelo passado nazi do marido da colecionadora austríaca.

O leilão, a decorrer até 15 de maio, poderá render até 150 milhões de dólares e posicionar-se assim como o maior de sempre, segundo a leiloeira Christie’s.
O problema é que Heidi Horton, a colecionadora de arte que morreu em 2022, foi casada com Helmut Horten, “um homem que fez fortuna a comprar empresas a judeus que os eram obrigados a vender na Alemanha nazi”.
A declaração é do Centro Simon Wiesenthal, que urge a Christie’s para interromper o leilão.
“A Christie’s deve suspender esta venda até estar concluída a investigação completa da ligação às aquisições da era nazi. Não recompensem aqueles cujas famílias podem ter enriquecido com judeus desesperados, visados e ameaçados pelos nazis”, declarou o Rabino Abraham Cooper, Reitor Associado da Simon Wiesenthal Center e Director da Acão Social Global daquela organização.
A leiloeira respondeu dizendo que não o iria fazer.
Leilão de joias reverte para fundação
“O importante é que somos totalmente transparentes. Estamos a vender esta coleção com o nome Horton. Não estamos a esconder a identidade, não estamos a vender uma coleção anónima. Estamos a ser totalmente transparentes sobre para onde vão ser canalizados os fundos”. A afirmação é de Rahul Kadakia, International Head of Jewellery da Crhistie’s, em entrevista à Reuters.
De acordo com os desejos de Heidi Horten, os rendimentos obtidos com este leilão “vão para uma fundação que ajudará na proteção e bem-estar infantil, pesquisa médica e acesso às artes. A Christie’s, por conta própria, está a fazer uma doação separada para pesquisa e educação sobre o Holocausto. Assim, divulgamos todos os fatos para conhecimento dos nossos clientes e eles têm a oportunidade de escolher se desejam participar da venda ou não”, acrescenta Kadakia.
Coleção sem paralelo pode ser fruto de saque
Numa carta enviada à leiloeira, “o Centro Simon Wiesenthal apela à Christie’s para que, a bem do seu próprio nome, retire esta venda de imediato, ou então disponibilize catálogos exaustivos ao grande público – através de todos os meios de comunicação social – da actual venda de Horten, bem como de todas as próximas vendas de joias, instrumentos musicais, livros, pratas ou outras obras de arte que possam ser fruto da ‘arianização’ ou do saque nazi de propriedade judaica”.
De acordo com a Christie’s, a coleção “não tem paralelo”. “Desde diamantes, rubis e jade de cortar a respiração a peças extraordinárias de mestres de uma geração, incluindo Bulgari, Cartier, Tiffany, Harry Winston e Van Cleef & Arpels”. A leiloeira, que deu à venda o nome de The World of Heidi Horten, afirma que “as vendas estão preparadas para se tornarem os maiores e mais valiosos leilões de joalharia até à data”.
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