No dia 28 de Abril, a NASA, em parceria com outras entidades, estabeleceu um novo recorde na área das comunicações espaciais.
Utilizando a tecnologia laser, a agência espacial norte-americana conseguiu atingir uma taxa de transferência de dados de 200 gigabits por segundo (Gbps), entre um satélite em órbita e a Terra. Esta conquista representa o valor mais alto já obtido na transmissão de dados por comunicações ópticas.
Laser em vez de rádio: revolução nas comunicações espaciais
As comunicações laser, ao contrário dos tradicionais sistemas de comunicações espaciais que utilizam ondas de rádio, concentram a informação nas oscilações das ondas de luz. Esta característica torna possível o registo de taxas de transferência de dados superiores.
Inovação a bordo do satélite PTD-3
Esta conquista tecnológica foi possível graças ao sistema TeraByte InfraRed Delivery (TBIRD), instalado no satélite Pathfinder Technology Demonstrator 3 (PTD-3) da NASA. Esta taxa de transferência supera o anterior recorde de 100 Gbps, obtido pela mesma equipa em Junho de 2022.
Com este avanço, o sistema TBIRD é capaz de transmitir múltiplos terabytes de dados de teste para a Terra, num único sobrevoo de seis minutos sobre uma estação terrestre. Para contextualizar, um único terabyte equivale a cerca de 500 horas de vídeo em alta definição.
Os próximos passos da NASA e as implicações desta conquista
A tecnologia de comunicação predominante utilizada pela NASA é a rádio. Contudo, com os planos de estabelecer uma presença duradoura na Lua e em futuras missões a Marte, é crucial que as comunicações sejam cada vez mais eficientes.
Com a introdução das comunicações ópticas, a quantidade de dados transmitida a partir do espaço poderá ser ampliada, o que resultará em mais informações para os cientistas analisarem, levando a novas descobertas e ao desenvolvimento de técnicas para habitar e trabalhar noutros mundos.
O papel dos CubeSats e dos parceiros da NASA
Os CubeSats, como o PTD-3, tornaram-se ferramentas ideais para testar tecnologias de comunicação devido à sua relação custo-eficácia e tamanho reduzido. O PTD-3, operado pela Terran Orbital de Irvine, Califórnia, para a NASA, tem apenas o tamanho de duas caixas de cereais empilhadas.
A transmissão de dados da TBIRD foi possível graças à colaboração entre a NASA e outros centros de pesquisa. Além da Terran Orbital, a estação terrestre está localizada no Laboratório de Teste de Comunicações Ópticas (OCTL) no Laboratório de Propulsão a Jacto (JPL) da NASA, no sul da Califórnia. O OCTL suporta múltiplas missões de comunicações ópticas e foi modificado para acomodar os requisitos do sistema TBIRD, fornecido pelo Laboratório Lincoln do MIT.
Com a demonstração bem sucedida da TBIRD das comunicações por laser como uma ferramenta prática para a transferência de dados do espaço para o solo, as futuras missões da NASA podem integrar esta tecnologia nos seus projectos.
Outros artigos interessantes:
- Passwords embaraçosas de celebridades que foram hackeadas e o que aprendemos com elas
- Samsung mantém Google como motor de busca principal nos seus smartphones