Segundo relatórios, a Apple está prestes a lançar o seu muito antecipado headset de realidade virtual (VR) e realidade mista (XR), depois de mais de sete anos de desenvolvimento. O enigmático aparelho pode revolucionar o mundo da VR ou pode ser um dos mais caros e embaraçosos erros tecnológicos da empresa.
Mark Gurman, repórter da Apple na Bloomberg, explora em profundidade as dificuldades que a Apple enfrenta ao tentar, mais uma vez, “redefinir” uma categoria de hardware que já consumiu milhares de milhões de dólares sem grande retorno.
Os percalços do “Reality”
O suposto projeto “Reality” da Apple traz consigo questões intrigantes. Segundo a Bloomberg, o dispositivo, que em 2015 foi concebido como um par de óculos discretos, evoluiu ao longo do tempo para algo mais similar ao que conhecemos hoje: um headset que cobre o rosto e se assemelha a um par de óculos de ski.
Uma das revelações mais surpreendentes é que o headset necessitará de um pack de bateria do tamanho de um iPhone para funcionar. Se isso for verdade, podem haver fundamentos nos rumores de que Tim Cook, o CEO da Apple, estaria a ignorar os engenheiros que afirmam que o dispositivo ainda não está pronto e estaria a insistir no seu lançamento.
Funções peculiares e dúvidas no mercado
Outra peculiaridade do headset é a presença de um ecrã voltado para o exterior que mostra os movimentos oculares e as expressões faciais do utilizador. Esta funcionalidade pretende permitir que outras pessoas vejam a face de quem usa o dispositivo, ou algo parecido, e fomentar a interação com os outros, ao invés do utilizador se sentir isolado do mundo. No entanto, este conceito pressupõe que o dispositivo será usado constantemente, o que não é comum neste tipo de tecnologia.
Tanto a configuração do hardware como a fraca receptividade do mercado geram dúvidas sobre a estratégia da Apple. Um ex-executivo de marketing da empresa, que agora trabalha como consultor, confessou à Bloomberg as suas reservas sobre a viabilidade do produto, alertando que pode ser “um dos grandes fracassos tecnológicos de todos os tempos”. A ideia do metaverso, que foi muito badalada no último ano, parece estar a perder força, com várias empresas a abandonarem a sua promoção.
A fé na Apple
Se há alguma empresa capaz de surpreender nesta categoria, essa empresa é a Apple. Reconhecida pela qualidade dos seus produtos, já foi reportado que a Apple desenvolveu uma nova forma de interação quando se utilizam múltiplos dispositivos. Palmer Luckey, fundador da Oculus, já expressou a sua admiração pelo hardware da Apple, afirmando ter testado uma versão inicial e ficado impressionado.
Sendo a Apple, é importante dar-lhe o benefício da dúvida, tendo em conta os seus recursos e a competência da sua engenharia.
Por agora, todas as atenções estarão voltadas para Tim Cook no próximo mês, quando este subir ao palco do evento WWDC para apresentar o dispositivo. Tal como salienta o Yahoo, esta é a apresentação mais esperada da empresa em muito tempo. O dispositivo, que se espera chamar Reality Pro, irá ou solidificar o seu legado ou manchar o seu excelente percurso como CEO, à parte do incidente com a base de carregamento para três dispositivos.
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