São muitos os que defendem que o mainframe está prestes a desaparecer e que o aparecimento de cada nova tecnologia disruptiva é mais um fator que provoca o seu desaparecimento. Por outro lado, os defensores do mainframe afirmam que estes rumores são exagerados e defendem que mais de 90% dos maiores bancos, seguradoras e companhias aéreas continuam a confiar no mainframe como plataforma para os seus sistemas críticos.
Independentemente da posição sobre a sobrevivência ou a longevidade do mainframe, é inegável que estes provaram há muito ser uma excelente escolha em termos de robustez, velocidade e segurança. Ao longo de décadas, apoiaram sistemas vitais e críticos para as organizações e foram investidos milhares na sua manutenção e evolução.
Se é verdade que o surgimento da cloud veio dar novas possibilidades aos mainframes, como, por exemplo, a sua utilização em data centres, esta também expôs as limitações de integração e evolução dos seus sistemas legados. A grande questão que se coloca atualmente é como recuperar e alavancar esses sistemas legados de mainframe, bem como os desafios e o investimento que essa migração acarreta.
É inegável que os mainframes continuam a disponibilizar recursos únicos, mas também é verdade que os custos operacionais do mainframe excedem significativamente os de qualquer outro sistema. Embora haja algum avanço na estratégia das empresas fornecedoras de tecnologia mainframe para mitigar esses custos, eles são ainda muito elevados, ainda mais quando é necessária capacidade extra.
Outro custo significativo é o das licenças dos equipamentos, processos e recursos, cada vez mais subcontratados a outras empresas. Essa crescente terceirização deve-se ao fato de que cada vez mais equipas internas já não disporem do conhecimento necessário à sua manutenção, o que tem um peso significativo nos orçamentos de TI.
Por fim, é também necessário ter em conta os custos implícitos das limitações de integração com outros sistemas, arquiteturas e tecnologias.
Face a este cenário, inúmeras as empresas e organizações há muito que procuram alternativa que possam oferecer um nível de serviços idênticos ou melhores. Um dos caminhos mais rápidos e economicamente mais eficientes no curto prazo, aquele que as empresas que procuram reduzir a sua fatura com a tecnologia mainframe adotam, é fazer um lift and shift para ambientes abertos que suportem as tecnologias mainframe. Mas esta é só uma parte do problema: a dependência de recursos qualificados e treinados em linguagens legadas mantém-se.
Assim, é necessário utilizar ferramentas de software que permitam modernizar os sistemas core, mantendo 100% da equivalência funcional, sendo reescritos com elevados níveis de automação em linguagens e tecnologias atuais para as quais existe muito mais oferta no mercado. Isto só é possível graças ao desenvolvimento e maturação de iniciativas de modernização de sistemas legados, garantido projetos mais rápidos, com um menor risco e um retorno de investimento mais rápido.
Este artigo de opinião é da autoria de João Nuno Moita, Diretor Comercial da Morphis Technologies
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