Vivemos tempos em que as novas tecnologias de inteligência artificial geram repercussões constantes na mídia e no mundo dos negócios. A recente petição assinada por cientistas, bilionários e académicos traz à tona questionamentos sobre o desenvolvimento dessas tecnologias.
Neste artigo de opinião, abordamos as reflexões do especialista em tecnologia e empreendedor, Paulo Silveira, sobre esse contexto e como devemos encarar o ChatGPT como uma “Inteligência Ampliada”.
Petição ChatGPT e como devemos olhar a IA como “Inteligência Ampliada”
Há pouco começou a reverberar na imprensa a divulgação de uma carta aberta assinada por Elon Musk e mais de mil especialistas pelo mundo apelando por uma pausa de seis meses nas pesquisas de inteligências artificiais mais poderosas que o GPT-4, a nova versão do chatbot da OpenAI lançada ainda em março deste ano. A petição menciona “riscos para a humanidade e sociedade” e pede uma pausa de 6 meses no treinamento de inteligências artificiais mais avançadas.
A carta aberta surge em um momento de polêmicas que vem circundando o chatbot da OpenAI, inclusive relacionados a um acontecimento recente no qual o ChatGPT-4 mentiu para completar uma tarefa durante um teste de ética para a inteligência artificial. No entanto, para Paulo Silveira, CEO e co-fundador da Alura, maior ecossistema de aprendizado em tecnologia, o momento atual exige que a sociedade da tecnologia e seus líderes precisam olhar e refletir e refletir com atenção.
“A carta aberta levanta alguns alertas que fazem todo o sentido, principalmente sobre a possibilidade das coisas seguirem por lados que nem estávamos esperando ou querendo. No entanto, a polêmica envolvida reside mais no fato de que muitas das figuras que se posicionaram na petição na verdade estavam tentando se proteger de mudanças bruscas na economia, do que de fato estavam pensando no bem estar da sociedade. Esse é um cenário bem complicado de se avaliar, mas que deve ser visto com certo ceticismo, já que podem existir intenções políticas, econômicas ou sociais por detrás dos panos”, afirma Paulo.
O executivo ainda completa afirmando que muitas das mudanças relacionadas às tecnologias de inteligência artificial vão ocorrer em um curto prazo e com o desenvolvimento acelerado em cima dessas novas ferramentas que temos hoje. “Não necessariamente estamos falando de IA perdendo o controle, mas muito pelo contrário, de nós controlando esses novos produtos, essa já é uma realidade. E a grande diferença desse hype para outros como Web.3 ou realidade virtual é que ela apareceu e as pessoas já estão usando e tirando proveito dela, e isso é muito forte para uma tecnologia nova, pois mesmo que não tenha uma evolução muito grande agora, a mesma já é muito útil e transformadora”, completa.
O desenvolvimento das novas ferramentas de inteligência artificial levantam muitos questionamentos em diferentes esferas da sociedade, mas é inegável como os grandes players já vêm se movimentando para surfar nessa onda e como a mesma já vêm se incorporando no dia a dia das pessoas.