Sendo a blockchain uma tecnologia ainda relativamente nova, há muitas falsidades e equívocos em torno do mundo cripto. No primeiro de uma série de artigos da Binance Academy, vamos dar uma olhada em algumas das falsas narrativas mais comuns alimentadas pelo “FUD” e separar os factos da ficção.
Embora a blockchain e as criptomoedas sejam um tema quente há já alguns anos, muitas pessoas em todo o mundo ainda têm uma compreensão muito superficial deste assunto (ou nenhuma!) – algo que a Binance está resolvida a melhorar através do avanço do conhecimento cripto e tornando a educação Web3 acessível a todos. Um assunto ao mesmo tempo empolgante para o público e amplamente mal compreendido apresenta solo fértil para vários conceitos errados e crenças falsas, e é certamente este o caso com as criptomoedas.
Embora algumas ideias falsas sobre as criptomoedas sejam inofensivas, outras podem semear confusão ou mesmo pânico, alimentando o chamado “FUD” (iniciais em inglês de “medo, incerteza e dúvida”) e fazendo com que as pessoas desconfiem dos ativos digitais sem uma boa razão. Combater tais perceções erradas prejudiciais é uma componente essencial para a promoção da alfabetização cripto; por isso, a Binance propôs-se a identificar e derrubar as mais comuns.
Isto não quer dizer que o ecossistema cripto seja irrepreensível; é um espaço em rápida evolução que desafia constantemente os recém-chegados a exercitar o pensamento crítico e a fazer a sua própria pesquisa. No entanto, para produzir resultados ótimos, esta pesquisa deve ser informada por uma boa compreensão dos fundamentos e não por mitos populares e falácias comuns.
Neste artigo iremos abordar dois dos principais mitos:
Mito 1: Os ativos digitais não têm valor intrínseco
As pessoas novas no mundo cripto (ou fora dele) argumentam frequentemente que a maioria dos ativos digitais não são suportados por nada tangível ou por qualquer forma de moeda fiduciária (“fiat”) – excluindo as “stablecoins“, claro. Na sua lógica, “não ser apoiado” é sinónimo de “não ter qualquer valor“.
No entanto, a maioria das moedas fiduciárias também não são suportadas por ativos físicos. Veja-se, por exemplo, o dólar dos EUA, o euro ou a libra esterlina. Nenhuma destas moedas é suportada por quaisquer ativos físicos – eles são simplesmente emitidos pelos governos, e é a “confiança” no respetivo governo que constitui uma enorme parte do valor de uma moeda “fiat”.
Tal como as pessoas veem valor nas moedas fiduciárias porque têm confiança nos governos, os utilizadores apreciam cada vez mais as moedas digitais à medida que depositam confiança na tecnologia que lhes está subjacente.
O valor, aqui, vem do código aberto disponível para absolutamente qualquer pessoa ver e verificar por si própria, o que elimina a necessidade de confiar em terceiros, que podem ser partes interessadas ou entidades corruptas. Estes são dois fundamentos de confiança bastante diferentes, mas ambos podem ser considerados razoáveis.
A outra componente do valor de uma moeda é o nível da sua aceitação e adoção. Embora a adoção de moedas digitais como instrumento de pagamento ainda seja limitada, a sua aceitação e utilização para pagamentos estão a crescer ano após ano. Os casos de utilização das criptomoedas também vão muito além dos pagamentos e da facilitação do comércio. As criptomoedas podem ser usadas como um valor, semelhante a mercadorias como o ouro, do qual o bitcoin é o melhor exemplo. O bitcoin é um bem escasso – apenas 21 milhões alguma vez serão criados – e por isso é intrinsecamente desinflacionário (ao contrário das moedas fiat, cujo valor pode ser diluído pela política monetária).
Finalmente, os ativos habilitados para contratos inteligentes podem ser usados para criar um número virtualmente ilimitado de utilidades no reino online, incluindo a governação distribuída, arte digital, novos produtos financeiros e experiências virtuais únicas, para mencionar apenas algumas.
Assim, da próxima vez que alguém disser que as moedas digitais não têm valor intrínseco, pode valer a pena salientar que a desintermediação, os pagamentos, a capacidade de armazenamento de valor e a inovação tecnológica são todos – em si mesmos – intrinsecamente valiosos. Além disso, as taxas de adoção de ativos digitais estão em constante aumento. Pare para pensar sobre isso, e este mito não é nenhum mito.
Facto: O valor de uma moeda, seja “fiat” ou digital, vem da sua aceitação e adoção em massa – e no caso dos bens digitais, estas taxas estão a subir de forma consistente.
Mito 2: A Criptomoeda não é “dinheiro verdadeiro”
Quando as pessoas falam de “dinheiro real”, normalmente pensam num meio de troca e numa unidade de conta que, é bom salientar, pode ser usada em algum tipo de atividade comercial.
Os cripto-céticos assumem muitas vezes que os ativos digitais não estão a ser usados para compras do quotidiano. Na visão simplista de algumas pessoas, o domínio dos ativos digitais é onde ocorre a negociação especulativa de “tokens” e nada mais. No entanto, ao contrário da crença popular, as criptomoedas estão a ser muito usadas como “dinheiro real” diariamente em todo o mundo.
Desde a famosa primeira troca de bitcoin por um bem tangível (duas pizzas!) em 2010, as pessoas em todo o mundo têm usado criptomoedas para comprar produtos e serviços – muitas vezes vitais em situações e locais onde o dinheiro fiat não estava prontamente disponível. Nos últimos anos, com a crescente integração das criptomoedas com os sistemas e métodos de pagamento tradicionais, surgiram muitos serviços que permitem às pessoas gastar os seus criptoativos, mesmo em lojas que desejam ser pagas em fiat.
Um bom exemplo é o cartão Binance Card, que permite aos seus titulares utilizar criptomoedas para comprar bens e serviços onde quer que os principais sistemas de pagamento fiat operem (para já, apenas disponível em jurisdições selecionadas). E depois há o Binance Pay – uma tecnologia de cripto-pagamento segura, sem contacto e sem fronteiras. Tudo isto significa que existem ainda mais opções para os utilizadores gastarem a sua cripto em todo o mundo.
Facto: A criptomoeda está a ser usada para comprar e vender bens e mercadorias, diariamente, do mundo real.
Conclusão
Não se deixe enganar pelo FUD (medo, incerteza, e dúvida). Os céticos vão usar todo o tipo de mitos como factos quando a conversa transita para as criptomoedas. Mas estes conceitos errados são muitas vezes o resultado de as pessoas não terem acesso à informação correta ou a materiais educativos. Esperamos que este artigo contribua para esclarecer alguns dos mitos mais comuns que rodeiam o mundo cripto.
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