À medida que os avanços tecnológicos continuam a moldar o mundo em que vivemos, a Inteligência Artificial (IA) e o ChatGPT tem sido um tópico de discussão popular. Com a chegada do ChatGPT – protótipo de um chatbot com inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI – e outros assistentes virtuais, muitas pessoas começaram a preocupar-se com o papel da tecnologia nas nossas vidas e quais os impactos a IA pode ter na sociedade.
Num artigo de opinião, Thaís Kurita, advogada especializada em Franchising e Varejo, fala sobre as suas dúvidas em relação a estas novas tecnologias e sobre as suas preocupações em relação ao futuro.
ChatGPT, robôs e a angústia de uma leiga sobre o futuro
Participei de um evento – como faço todos os anos, há algum tempo – no qual palestrantes contam suas experiências na NRF, o maior evento do setor varejista, sediado em Nova Iorque, que traz novidades, tecnologias, tendências… e saí de lá mais sabida e deprimida – como saio todos os anos, há algum tempo – porque sempre tenho a impressão de que estou atrasada para alguma coisa que não sei o que é ou onde fica, e porque minha mente começa a divagar por universos paralelos que invariavelmente recaem no futuro de minhas pequenas crias (tenho duas meninas que ainda são crianças).
Ano passado foi o metaverso. Assustador. Para quem não sabe o que é, procure no ChatGPT. Não sabe o que é? Google it. Não caia na besteira de perguntar para algum ser da geração Z: ele vai saber o que é, como usa, mas não saberá explicar, porque lhe faltarão palavras.
Mas o metaverso, esse ano, caiu uns degraus, ao menos temporariamente, disseram. E subiu esse tal de ChatGPT, com mais de 100 milhões de usuários em questão de dois meses. E muitos robôs substituindo mão-de-obra humana. Isso nos faz pensar, não faz?
E saí de lá pensando nos Jetsons, em como a robô Rose chorava… como as grávidas poderão escolher até quando ficar com os nenês na barriga (Até os cinco meses? Ótimo!, a partir do sexto ele já vem pra cá, o trataremos como se ele estivesse dentro de você e o entregaremos rechonchudo e com nove meses, sem surpresas e sem estrias!); como a geração Z não aprenderá a pensar, como o ChatGPT passará a fornecer informações criadas pela própria geração Z (um looping louco), e como aqueles que perderam seus empregos para os robôs farão para ter dinheiro para comprar as coisas que esses robôs produzirão (às voltas com os subempregos e a Skynet); e como as profissões de hoje nem sequer serão necessárias (será que o advogado será como o vendedor de Barsa e Mirador?). E como dentro do metaverso as pessoas poderão se tornar imortais (uma mãe saudosa da perda de um filho, poderá criar um no metaverso, vê-lo crescer, vesti-lo, conversar com ele; uma esposa, que nunca casou, ter um marido com quem se encontra todas as noites no metaverso? Deus que me livre!).
Mas saí de lá mais sabida e mais alerta, com toda certeza. Aprender a enxergar um pouco desse futuro requer esforço, treino e o exercício do absurdo, porque, de verdade, o que é realmente normal ou absurdo? Junto com isso, também estou treinando uma cara de quem com nada se espanta, para ver se ajuda a manter um canal de comunicação aberto com as crianças, mas, se não der certo, vou perguntar para o ChatGPT o que fazer quando minha filha me disser que está sentindo um negócio ruim que ela não sabe de onde vem ou porque está sentindo. Vai que…
Outros artigos interessantes: