Nesta altura já não há grandes dúvidas que o open banking se tornou a opção ideal para empresas que estão numa jornada para modernizar os seus processos financeiros, administrativos e de desenvolvimento. Num mundo pós-pandemia, o e-commerce apresentou taxas de crescimento históricas, revelando novas oportunidades de negócio para quem decidiu aproveitar a situação atual.
A Diretiva de Serviços de Pagamento revista (PSD2) trouxe importantes alterações à forma como as informações financeiras podem ser adquiridas e partilhadas.
Ainda que se tenha apresentado inicialmente como um conceito de pequeno impacto, já é visto como uma ferramenta crucial para qualquer participante na indústria financeira, alterando por completo como os bancos tradicionais operam em diversas situações. Essencialmente, esta legislação devolveu o controlo sobre informações financeiras aos consumidores, após um longo período em que os bancos monopolizaram o controlo destas informações.
Para os mais distraídos, open banking permite que fornecedores independentes de serviços financeiros tenham acesso a dados financeiros, que podem depois ser utilizados por outras entidades para criar novos produtos e serviços. Com o nivelar da competitividade neste mercado, as repercussões positivas para os utilizadores são evidentes, tanto nos seus direitos como segurança e experiência de utilização.
Agora, cabe a cada consumidor decidir o volume de informação que estão dispostos a partilhar, e com quem querem partilhar. Mais ainda, estas informações financeiras podem apenas ser acedidas através da permissão inequívoca do consumidor, garantindo que será sempre sua a decisão final sobre “abrir o acesso”.
Open banking é um aliado incrível para as empresas
Quer tenhamos reparado ou não, o open banking tem feito parte das nossas vidas há já alguns anos. Mas o que é que esta nova tecnologia significa realmente para as empresas?
Todas as empresas podem tirar partido do open banking, mas é seguro dizer que as pequenas e médias empresas (PME) são as que a podem aproveitar de uma forma mais positiva.
Open banking pode fazer avançar a economia, ajudando as PME
Em primeiro lugar, há a questão de uma melhor concorrência, através da exploração de novas fontes de informação relevantes através da lente da PSD2. Anteriormente, o acesso a este tipo de dados significaria um grande investimento monetário, e as PMEs não são normalmente conhecidas pelas suas proezas económicas.
Por outro lado, existe uma vantagem de acessibilidade, uma vez que o open banking concede acesso seguro a informação financeira relevante através de APIs de última geração. Há muito que desapareceram os dias de screen scraping e engenharia inversa, e a grande quantidade de processamento manual que era necessário.
Como se isto não fosse suficiente, temos também de olhar para o impacto do open banking no desenvolvimento, que provavelmente pode ser melhor descrito através da lente da indústria de empréstimos. Fatores como a solvabilidade e a avaliação de risco podem ser substancialmente melhorados por esta nova tecnologia.
Tradicionalmente, as instituições de crédito tinham de lidar com muitos processos manuais e burocracia, o que muito provavelmente conduziria a erros e erros de cálculo. Isto impedi-las-ia de afirmar a verdadeira situação financeira geral de um cliente. Dados bancários obtidos através de open banking podem preencher estas lacunas, abrindo o caminho para uma melhor estrutura de produtos e serviços, com o benefício adicional de uma melhor comparação de produtos e ferramentas de monitorização.
Principais benefícios do open banking para empresas
Vamos diretos ao essencial desta questão. A banca aberta pode beneficiar tanto os consumidores como as empresas, especialmente aqueles que ainda não tiram partido das grandes estruturas e recursos empresariais.
Eis alguns dos principais benefícios que as empresas – especialmente as PME e as plataformas de comércio eletrónico – podem colher da adoção de serviços bancários abertos:
- Eficiência: é bastante evidente que, especialmente na economia atual, manter uma pequena ou média empresa não é uma tarefa fácil. Há muita microgestão envolvida, desde a contabilidade à folha de pagamentos. A banca aberta pode ajudar, ao facilitar o acesso a dados financeiros relevantes. Ao confiar estas tarefas a fornecedores terceiros, os proprietários podem canalizar os seus recursos para outras áreas-chave, tais como marketing e experiência do cliente;
- Automatização: a automatização digital é um imperativo no mundo atual, e isto pode ser alcançado através do acesso fácil a dados por sistemas de open banking integrados. A automatização é muito rentável a longo prazo, para não mencionar a sua importância num mundo primeiro digital;
- Acesso mais fácil a empréstimos: as empresas mais pequenas podem ter dificuldades em cumprir certas obrigações financeiras. A banca aberta acelera a análise da elegibilidade dos empréstimos, eliminando a apresentação manual de declarações financeiras e outros documentos. Todos os envolvidos poupam tempo e recursos, chegando facilmente ao que é mais importante;
- Custos e taxas reduzidos: a banca aberta ajuda os comerciantes a reduzir as suas taxas de serviço, uma vez que não requer tantos terminais de pontos de venda (POS) ou leitores de cartões. As APIs de pagamento bancário aberto removem as taxas de transação e a maioria dos custos operacionais, especialmente quando comparados com os pagamentos com cartão sempre presentes;
- Liquidações a baixa velocidade: todas as empresas lutam com o tempo necessário para liquidar fundos. É um incómodo desnecessário que pode levar dias quando se utilizam cartões, mas é um processo instantâneo com a banca aberta. Acabou-se a preocupação com os pagamentos, uma vez que a banca aberta proporciona paz de espírito imediata;
- Taxas de conversão mais elevadas: um fluxo de caixa bem concebido, algo frequentemente presente em soluções de pagamento bancário aberto que oferecem múltiplas opções, pode definitivamente melhorar a satisfação do cliente e, portanto, reduzir o abandono do carrinho de compras, o que se traduz em mais vendas e mais receitas;
- Maior experiência do cliente: este é um tópico que muitos não levam suficientemente a sério, com um grande impacto negativo na perceção geral de uma marca. A banca aberta ajuda as empresas a obter uma experiência de cliente mais positiva, ao assegurar biometricamente pagamentos bancários móveis em vez de pedir os seus dados de login. O acesso a dados mais relevantes permite também aos comerciantes compreenderem melhor as necessidades dos seus clientes e, por conseguinte, oferecerem produtos e serviços mais relevantes – fazendo uma abordagem centrada no cliente que é primordial no panorama económico atual;
Open banking traz serviços digitais revolucionários para benefício de todos
Esta nova era de partilha de dados financeiros permite às empresas ainda mais pequenas competirem no mesmo campo de jogo que as suas maiores congéneres.
Tudo isto se traduz numa nova geração de serviços financeiros, especialmente no espaço digital, com potencial para o fazer:
- Reduzir os custos e o tempo, simplificando os procedimentos herdados;
- Aumentar a fiabilidade através da introdução de protocolos de cibersegurança de confiança zero, como o SCA (Strong Customer Authentication);
- Agregar várias contas num único local para uma melhor visão geral da sua situação financeira global;
- Forneça dados que possam ser utilizados para atualizar o processo de tomada de decisão;
- Melhorar as avaliações de risco, o que pode transformar positivamente a indústria de crédito;
- Fazer e receber pagamentos rapidamente, eliminando custos desnecessários;
- Aumentar a satisfação do cliente, aumentando a retenção e a monetização;
- Este fluxo constante de novas informações concede a todos o poder de desenvolver maiores produtos e serviços, respondendo a necessidades específicas de clientes específicos e mesmo de mercados inteiros.
Todos ganham, desde o consumidor médio até às empresas que se esforçam por obter produtos espetaculares no mercado, sem esquecer os bancos tradicionais que podem modernizar os procedimentos e apresentar-se como alternativas credíveis aos FinTechs.
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