Portugal é o país europeu que mais cresce em compras com o telemóvel e fá-lo de forma consolidada. Em 2021, passou de 56,7% para 65,2% a percentagem de utilizadores de dispositivos móveis para compras online. A conclusão é do XI Relatório de Tendências de Meios de Pagamento da Minsait Payments.
De acordo com relatório, as transações de comércio eletrónico superaram os 7,4 mil milhões de euros em 2021, um crescimento significativo de 20% em relação ao ano anterior. Apesar disso, Portugal é o país europeu analisado com menos utilizadores frequentes do E-Commerce – apenas 47,6% fazem compras online pelo menos, uma vez por mês.
No que diz respeito às aplicações de pagamento entre particulares, Portugal é o país europeu analisado com o maior número de utilizadores nos 30 dias anteriores ao inquérito (59,0%), um aumento de 29,7 pontos percentuais em relação a 2020. Além disso, 11,5% dos inquiridos relatam que este tipo de aplicações são o seu principal método de pagamento e, 23,8% da população adulta bancarizada (ABI), afirma que este meio de pagamento é o seu favorito. 82% dos inquiridos estão satisfeitos com esse método de pagamento.
Relativamente ao pagamento através de dispositivos móveis, Portugal é um dos poucos países com uma utilização equilibrada de todas as formas de pagamento, sem estabelecer um método de pagamento como dominante: 31,4% QR dinâmico, 31,0% de pagamento em espera, 47,9% QR estático e 41,7% NFC.
Quando questionados sobre a escolha de um meio de pagamento preferencial, fatores como a facilidade de utilização, rapidez e imediatismo demonstraram uma especial relevância para os inquiridos.
Em Portugal, o serviço de processamento de transferências imediatas lançado pela SIBS está em funcionamento desde o início de 2018 e conta com a adesão de quase todos os bancos. Embora esteja ligado ao serviço de liquidação do Eurosistema (Target Instant Payment Settlement – TIPS) desde 2020, o volume de transações imediatas processadas em Portugal ainda é reduzido. Uma das razões que pode explicar esta situação é o sucesso do MB Way, uma solução de pagamentos móveis P2P que não utiliza transferências SEPA imediatas como instrumento de pagamento subjacente, mas sim o Multibanco.
Os analistas entrevistados confirmam a tendência para a utilização simultânea de vários meios de pagamento, sem planos de abandonar nenhum deles a curto prazo. Olhando para 2030, 1 em cada 3 espera um empate técnico entre cartões de pagamento e pagamentos por débito direto, enquanto o numerário ocupa o terceiro lugar e apenas 1 em cada 7 inquiridos o vê como o meio de pagamento mais utilizado em 2030.
Cartões de crédito em queda. Portugal lidera nas soluções de crédito sem juros.
O dinheiro está a perder proeminência como meio de pagamento em todos os países, com exceção de Portugal e do Reino Unido, que viram um pequeno aumento na preferência pelo numerário (2,2 p.p. e 2,7 p.p. respetivamente) em comparação com 2020.
Portugal é o país que regista a maior diminuição de cartões de crédito na população ABI, tendo passado de 63,0% para 54,5%. É também o país onde menos população ABI utiliza o cartão de crédito para compras de alto valor (38,1%) e o país europeu com o menor número de pessoas que utilizam cartão de crédito para compras de baixo valor (30,3%).
Quanto ao cartão de débito, continua a ser o protagonista principal (98,3%) em Portugal – apenas atrás do Reino Unido com 98,8% – tendo registado taxas de crescimento de dois dígitos (18,5 p.p.), sendo Portugal o país com o maior número de cartões de débito per capita (2,4). Entre a população portuguesa detentora de cartões, existe uma média de 1,4 cartões de débito, 1,4 cartões de crédito e 1,2 cartões pré-pagos.
O sistema BNPL é disponibilizado por retalhistas físicos e online e permite financiar as compras, sem cartão de crédito, com um número concreto de prestações. Os portugueses estão entre os inquiridos no estudo que menos conhecem o financiamento de compras parceladas e apenas 27,8% usam este sistema BNPL.
Em contrapartida, Portugal continua a destacar-se como o país europeu com maior utilização do sistema de crédito sem juros (28,0%), com um aumento de 6.6 pontos percentuais em comparação com o período anterior.
O relatório da Minsait foi produzido em colaboração com Analistas Financeiros Internacionais (AFI) e inclui a opinião de 225 executivos e especialistas do sector, bem como o resultado do inquérito a mais de 4.800 adultos bancarizados em Espanha, Itália, Portugal, Reino Unido e América Latina. O relatório está disponível em: https://mediosdepago.minsait.com/pt.
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