2022 é considerado o ano do tigre no calendário chinês, e isso deve mudar as tendências de investimentos, aumentando o foco nos ativos de minério; entenda
Com a chegada de 2022, as tendências de investimentos começam a mudar. Afinal, os recursos têm seus momentos, e, para surfar a onda dos juros e dividendos, é necessário estar atento às tendências atuais. Para sair do básico dos ativos simples, e investir com uma segurança boa, há alguns segmentos que são voláteis, mas apresentam bons indicativos para este ano. Um deles, por mais diferente que pareça, é o setor de mineração.
Não é novidade dizer que os ativos de minério foram muito voláteis em 2021, o que atraiu alguns investidores para o segmento, especialmente por causa das opções de investimento mais sustentáveis, ligadas ao ESG (Environmental, Social and Governance – Meio Ambiente, Sociedade e Governança). O ferro, por exemplo, alcançou US$ 200 por tonelada em maio do ano passado, mas já apresentou uma queda considerável no segundo semestre.
E embora a mudança de valor seja intensa, isso não significa que o ramo esteja fora de investimentos interessantes neste ano: as oportunidades estão logo à frente, sobretudo as ligadas à energia.
Urânio como uma das tendências de investimento
Entre os minérios para se investir está o urânio, que, diferentemente dos demais, tem demonstrado um crescimento de investimentos muito elevado. Isso porque o composto é usado para a produção de energia, em especial para yellowcakes – uma maneira mais sustentável de se obter energia nuclear que faz uso desse tipo de metal.
Com tamanha sede por alternativas de mineração mais ecológicas, é de se entender por que o urânio está ganhando tanta popularidade entre os investidores. Para se ter ideia, a demanda pelo material teve uma média de crescimento de 16% nos últimos anos. E, para isso, houve a construção já finalizada de 57 reatores, o que implica dizer que futuramente esse consumo deve crescer de 130% a 150%.
A quem interessa investir em energia, sobressaem-se dois ETFs: o URA e o URNM, tendo em vista que esse segundo trabalha com a exposição de 100% de ativos ligados ao metal. Vale destacar que o ETF URNM tinha ativos de US$ 30 milhões em 2019, e iniciou o ano com US$ 900 milhões.
2022 é um ano favorável para o setor global de mineração
Embora 2021 não tenha sido tão oportuno para essa categoria pela volatilidade, 2022 se apresenta como um bom momento para investir no setor de mineração. Isso porque, de acordo com o calendário chinês, este é o “ano do tigre”, o que implica dizer que os chamados tigres asiáticos – a China entre eles, claro – se aproveitarão da oportunidade para evidenciar o segmento.
Além dessa conveniência, 2022 conta com dois eventos que também desempenham um papel importante para o setor: as Olimpíadas de Inverno (que ocorrem agora, em fevereiro) e as eleições chinesas de 2023. E um adicional importante a se destacar está refletido na própria imagem que o governo chinês pretende mostrar em relação ao meio ambiente: há várias restrições na produção de aço para o país, o que é muito interessante para os investimentos na categoria.
“Estão tentando mostrar para o mundo que eles estão comprometidos com as questões ambientais. E essa mão pesada do governo (chinês) reflete no preço das commodities. É por isso que o minério de ferro caiu depois do meio do ano”, aponta Gilberto Cardoso, especialista em commodities e mineração, que palestrou no evento Ohmresearch Global Insights 2022.
É importante dizer que qualquer pessoa, de qualquer lugar do globo, pode investir em ações e fundos relacionados à mineração, mesmo que as empresas não sejam nacionais. Para começar, basta entender melhor sobre a ação/fundo desejado e seguir os protocolos de cada país. No caso do Brasil, é necessário consultar o CPF antes de investir, assim como outros países europeus aplicam as regras documentais regentes da União Europeia.
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