São 24 as palavras do ano de 2021. Muitas estão de alguma forma relacionadas com a pandemia e outras refletem o ciclo de notícias. O dicionário Priberam e a agência de notícias Lusa associaram-se e criaram o ano em palavras.
Da lista de palavras que, em algum momento, estiveram em destaque na nuvem do Dicionário Priberam, a mais pesquisada foi genocida, motivada por protestos contra o presidente brasileiro.
No entanto, resumir o ano de 2021, ou qualquer outro, a uma só palavra não faz muito sentido, sobretudo porque foram doze meses marcados por acontecimentos portugueses e internacionais que suscitaram a curiosidade dos utilizadores do Dicionário Priberam, bem expressa nos milhões de pesquisas realizadas.
As palavras do ano – e imagens
Pelo quinto ano consecutivo, o website https://oanoempalavras.pt resulta de uma parceria com a Lusa, apresentando um total de 24 palavras, escolhidas, em termos de relevância, a partir das cerca de 200 que, devido ao elevado número de pesquisas diárias, ganharam destaque na nuvem do Dicionário Priberam ao longo de 2021.
Tal como nos anos anteriores, o site integra conteúdos dos repórteres fotográficos e dos jornalistas da Lusa, que dão contexto a cada uma das palavras, e está estruturado por ordem cronológica. Em cada palavra, é possível aceder diretamente ao seu significado no Dicionário Priberam, bem como ao artigo da agência Lusa sobre o evento que motivou as pesquisas.
“É já pelo quinto ano consecutivo que a Lusa partilha com a Priberam a iniciativa ‘O Ano Em Palavras’, na qual os portugueses mostram, no fundo, aquilo que os marcou durante o ano. E se, ainda em ano pandémico, já começam, felizmente, a rarear as palavras com ele relacionadas, abundam aquelas que nos sobressaltaram, desde o aneurisma que vitimou Carlos do Carmo, ao suposto mercadejar com o qual o juiz Ivo Rosa qualificou a atividade de José Sócrates, à chacina no Rio e… como não, à vitória dos leões de Alvalade ou ao obscurantismo dos negacionistas.”, disse a propósito da iniciativa a diretora de Informação da Lusa, Luísa Meireles.
“São 24 palavras ao todo, duas por mês, e muitas mais as notícias da Lusa onde elas foram referidas. Dia a dia, mês a mês, a Lusa acompanha o quotidiano do mundo e dos portugueses. ‘O Ano Em Palavras’ é, afinal, o espelho da nossa atividade. Não podíamos deixar de estar presentes”, concluiu Luísa Meireles.
O CEO da Priberam, Carlos Amaral, comentou por seu lado que “este projeto tornou‑se já uma tradição de final de ano, uma vez que ‘O Ano Em Palavras’ – mais do que qualquer termo isolado – ajuda a compreender o que foram os 12 meses anteriores, definido pelos eventos que mais marcaram os utilizadores do nosso dicionário”.
Eis as 24 palavras que definiram o ano de 2021:
Janeiro: aneurisma (Carlos do Carmo morre, vítima de aneurisma); capitólio (invasão do capitólio dos EUA pelos apoiantes de Donald Trump).
Fevereiro: (as)síncrona (recomeçam as aulas à distância, síncronas e assíncronas, em confinamento): glaciar (colapso de glaciar nos Himalaias deixa vários mortos e desaparecidos).
Março: elegível (ex-presidente Lula da Silva volta a ser elegível); tanatório (cerimónia fúnebre de Alfredo Quintana realiza-se no tanatório de Matosinhos).
Abril: consorte (morre Filipe, o príncipe consorte da Rainha Isabel II); mercadejar (despacho de Ivo Rosa refere indícios de que José Sócrates terá mercadejado como o seu cargo).
Maio: chacina (operação policial numa favela do Rio de janeiro é considerada como uma chacina); leões (Sporting ganha campeonato português de futebol após 19 anos).
Junho: emaciado (TV pública da Coreia do Norte transmite comentário sobre aspeto emaciado de Kim Jong-un); genocida (manifestação contra Jair Bolsonaro com gritos de “Fora, Genocida”).
Julho: comorbilidade (DGS aprova vacinação de crianças entre os 11 e os 15 anos com comorbilidades); olimpíada (têm início os jogos Tóquio 2020, a XXXII olimpíada da era moderna).
Agosto: obscurantismo (o coordenador do plano de vacinação reage a insultos de manifestantes antivacinas dizendo que “o obscurantismo no século XXI continua”; talibã (talibãs retomam o controlo de Cabul).
Setembro: câmara-ardente (corpo de Jorge Sampaio é velado em câmara-ardente); erupção (vulcão nas Canárias entra em erupção).
Outubro: chumbo (chumbo na AR da proposta de orçamento de estado para 2022); meta (a empresa Facebook passa a chamar-se Meta).
Novembro: descarbonização (aumento dos custos da energia podem adiar os investimentos em descarbonização); miríade (Operação Miríade investiga suspeita de tráfico de droga, ouro e diamantes por militares portugueses).
Dezembro: ómicron (nova variante ómicron do coronavírus); extradição (Portugal pede à África do Sul a extradição do ex-banqueiro João Rendeiro).
Outras buscas que se destacaram em 2021 foram a marquise de Cristiano Ronaldo, o fim da geringonça em Portugal, calceteiro, demagogia e persecutória (debates das eleições presidenciais), contumaz, indulto e sibilino (caso João Rendeiro), offshore (Pandora papers), pansexual (assunção feita pela cantora Demi Lovato), prequela (aldeia histórica de Monsanto escolhida para filmagens da prequela da Guerra dos Tronos) ou resiliência (Plano de Recuperação e Resiliência português).
Novos recordes de pesquisa
Este ano, a tendência de crescimento do Dicionário Priberam manteve-se e, nos primeiros 11 meses de 2021, por comparação com o mesmo período do ano passado, o Dicionário Priberam registou um crescimento em utilizadores de cerca de 10%, o que corresponde a mais de 4 milhões de novos utilizadores.
Tendo em conta que em 2020 já tinha sido registado um crescimento de cerca de 20% de novos utilizadores (sobretudo devido aos confinamentos), um crescimento adicional de 10% é muito significativo.Em 2021, o Dicionário Priberam continuou a surgir entre os 20 websites portugueses incluídos no ranking netScope da MediaMonitor, tendo chegado à 2.ª posição em termos de reach nos acessos a partir de computadores.
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