A um ano de fazer três décadas de história, a empresa do norte do país renova a oferta com novas unidades e quer apostar na internacionalização. Falámos com Manuel Alexandre Costa, fundador e CEO da empresa, que nos traçou o panorama atual e falou do futuro desta tecnológica.
– A APR vai fazer 30 anos para o ano. Quais consideram ser os principais milestones nesta história de 3 décadas?
Em 1992, quando iniciamos o Projeto, eramos uma pequena Empresa focada em Serviços com a implementação de soluções de terceiros, com destaque para as aplicações da Infologia, suportado em tecnologia MS-DOS, UNIX/XENIX, NOVELL e Windows 95.
Passados quatro anos, alteramos a nossa estratégia e passamos a ser uma empresa de produto com a criação do ERP GIN, com uma base tecnológica ORACLE. Esta solução proprietária teve um enorme sucesso pelas parcerias que desenvolvemos com alguns dos nossos principais clientes, sendo que muitos deles eram líderes nos seus setores de atividade.
Em 2008, voltamos a alterar toda a estratégia da Empresa.
Fruto da conjuntura social e económica que atravessávamos, iniciamos uma parceria com a Microsoft para a implementação de soluções Dynamics NAV/BC, transformando toda a estratégia para a prestação de serviços, acompanhando a procura e adoção de soluções standard por parte do mercado. O nosso principal fator diferenciador foi o conhecimento adquirido no desenvolvimento de um ERP, adicionando valor ao ERP da Microsoft, traduzido em ganhos significativos para os nossos parceiros.
Em 2019, criamos uma nova Business Unit – BUSINESS APPS, focada no desenvolvimento do stack tecnológico Microsoft, nomeadamente, SharePoint e Power Platform, como complemento ao ERP e de abordagem a novos clientes e tecnologias. Esta é uma das principais apostas da APR nos próximos anos e que pretendemos que venha a ser uma área com representatividade similar ao ERP.
– Onde vê a APR em 5 anos?
5 anos é uma eternidade, mas o nosso principal objetivo é continuar a ser um dos principais players na implementação de ERPs em Portugal e capitalizar a aposta na nova BU – Business APPS. Vamos investir cada vez mais no nosso Capital Humano, inovando e ajustando a nossa oferta em função daquilo que sejam as expetativas dos nossos colaboradores. Só assim teremos sucesso na retenção e captação de talento, criando uma equipa de colaboradores felizes, motivados e, sobretudo, com paixão por vestir a camisola APR.
Sentimos que desta forma teremos sempre uma proposta de valor diferenciadora para os nossos parceiros, aliando a nossa experiência e conhecimento do mercado a uma equipa excecional, capaz de entregar os nossos principais valores em todos os projetos. A esta aposta interna, junta-se a vontade de internacionalização, não só no acompanhamento das empresas portuguesas que estão presentes noutros mercados, mas também através da procura ativa de novos parceiros internacionais.
– A APR enfrenta os mesmos desafios de angariação e retenção de talento que outras empresas de TIC nacionais? Como se pode fazer frente à oferta das multinacionais?
Este é um dos principais desafios para as empresas portuguesas de TIC! A oferta das multinacionais é cada vez mais aliciante, principalmente nos recursos mais jovens. Acreditamos que só será possível reter talento e contratar novos recursos se conseguirmos olhar para cada colaborador individualmente, desenvolvendo relações de proximidade e amizade, estando atentos àquilo que é valorizado pelos mesmos. Temos apostado na formação contínua, no desenvolvimento de planos e objetivos de evolução e na perspetiva de estabilidade, aliada à flexibilidade e equilíbrio pessoal e profissional.
Na APR temos recursos com mais de 20 anos de antiguidade e outros muitos jovens, em que a partilha de experiências e conhecimento é algo que valorizamos e é valorizado por cada um de nós.
– Qual a área da empresa que representa mais faturação?
O nosso core business é a implementação de ERPs, sendo que a unidade de negócio de Business Solutions é a área mais representativa e rentável da empresa.
– Quanto representa o negócio nacional vs negócio internacional?
O negócio internacional é um desafio para os próximos anos, sendo que atualmente apenas temos acompanhado os nossos Parceiros nos processos de internacionalização que iniciaram. Neste momento, diria que representa apenas 10% do nosso volume de negócios.
– Como conseguiu o tecido empresarial português adaptar-se ao novo normal (do ponto de vista de TIC) – quais foram as principais preocupações dos vossos clientes?
O novo normal, pela velocidade com que se instalou, foi um desafio para todos os setores de atividade. Sentimos uma enorme adesão no período de pandemia e pós-pandemia à tão apregoada Transformação Digital. Do ponto de vista dos Sistemas de Informação sentimos que aceleramos uns anos na evolução que já era prevista. O mercado investiu em soluções de mobilidade, colaboração, digitalização de processos e reporting.
Por outro lado, as organizações mostraram uma preocupação acrescida com a segurança dos dados e informação, pelo acesso aos sistemas de redes domésticas e pelos acessos fora do perímetro das empresas. Tentamos ajudar na implementação de soluções de segurança adicionais e na sensibilização e formação aos utilizadores para minimizar riscos de ataques de ransomware.
O teletrabalho representa um grande desafio para as organizações, não só em termos da tecnologia, mas também de cultura. Contudo, o modelo de trabalho híbrido veio para ficar, sendo que cabe às organizações tomarem medidas tecnológicas que suportem a mobilidade e colaboração, bem como, todos os mecanismos de segurança dos seus dados.
– Quais as principais tendências tecnológicas para 2022? O que irá mudar?
Nos dois últimos anos, assistimos a um acelerar das tendências que se vinham a anunciar para a próxima década. Assim, penso que 2022 será um ano de consolidação e continuidade dos processos de Transformação Digital das organizações, bem como, de uma maior democratização da Inteligência Artificial, Realidade Aumentada e Machine Learning que já são uma realidade em vários setores de atividade.
Manuel Alexandre Costa
Founder & CEO
APR – Management Solutions
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