A pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) nos apresentou uma situação paradoxal. Enquanto milhares de pessoas ao redor do mundo lotavam as emergências dos hospitais, muitas outras não puderam comparecer às consultas e aos exames agendados previamente. Por causa das medidas de restrição, não foram poucos aqueles que decidiram adiar os compromissos médicos temendo contrair a Covid-19. Além disso, algumas redes públicas de saúde suspenderam os procedimentos.
No Brasil, a realização de exames e consultas diminuiu em 58% e 43%, respectivamente, de acordo com pesquisa da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) com a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL). Em Portugal, dados do Sistema Nacional de Saúde (SNS) mostram que os hospitais deixaram de fazer 121 mil cirurgias e 1,2 milhão de consultas. Esses números assustam, pois as consultas médicas de rotina são oportunidades para detectar e tratar precocemente novas doenças.
Pensando nisso, o sistema de saúde a nível global buscou saídas para eliminar as barreiras físicas entre médicos e pacientes. A telemedicina permite aos profissionais de saúde avaliar, diagnosticar e tratar pacientes à distância, com o auxílio de tecnologias da informação e comunicação (TICs). Apesar de o termo existir desde a década de 1970, a telemedicina avançou muito nos últimos dez anos e está se tornando uma parte cada vez mais importante da infraestrutura de saúde global.
Em especial, neste momento, médicos podem e devem utilizar a telemedicina para ajudar a prevenir a propagação da Covid-19 e de outras doenças infecciosas, uma vez que é possível consultar pacientes por videochamada ou ligação telefônica. Menos exposição aos germes de outras pessoas protege a todos, especialmente aqueles que têm doenças crônicas, grávidas, idosos, entre outros.
Impactos dos avanços tecnológicos na medicina
É inegável que os avanços tecnológicos impactam diversas áreas do conhecimento, mas principalmente a medicina. Desde a invenção das máquinas de raio-X até os avanços nas práticas cirúrgicas, a tecnologia aumentou a expectativa de vida global, através da descoberta de tratamentos e remédios mais eficazes. À medida que avançamos no tempo, tecnologias cada vez mais inovadoras são incorporadas às nossas vidas.
A tecnologia, quando aplicada à medicina, pode ir além da telemedicina. Na telerradiologia, por exemplo, o radiologista pode avaliar os resultados dos testes de diagnóstico por imagem à distância, visto que eles são transmitidos eletronicamente de um lugar para o outro. A telerradiologia permite que hospitais mal atendidos tenham fácil acesso a um profissional qualificado, que funciona como se estivesse no local. A telerradiologia já é realidade em grandes países, como Estados Unidos e Brasil, e tem crescido em Portugal.
Tendências no setor da saúde
A tendência é de que a telemedicina continue atraindo cada vez mais adeptos, mesmo após a pandemia. Nas áreas rurais onde não há acesso a hospitais e outros serviços de saúde, os pacientes podem usar o computador para se encontrar virtualmente com médicos ou residentes da faculdade de enfermagem. No Brasil, onde há muitas comunidades indígenas e ribeirinhas, acessíveis apenas de barco, isso é muito importante. Além disso, os custos associados à telemedicina são menores do que o atendimento presencial.
Embora ainda existam algumas limitações, muitos provedores de saúde estão buscando o auxílio da tecnologia para melhorar o acesso de seus pacientes a tratamentos de qualidade. Inteligência Artificial (IA), Big Data, blockchain, entre outras inovações tecnológicas, são cotadas como tendências para o setor da saúde durante os próximos anos. Vale mencionar o trabalho de startups e healthtechs, que conectam os investidores mais antenados da área da saúde à tecnologia de ponta disponível no mercado.
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