Em poucos anos, os “memes” tornaram-se um fenómeno amplamente conhecido por qualquer utilizador de redes sociais, como o Facebook, Twitter ou Instagram.
Enquanto unidades de cultura facilmente partilháveis e de tom humorístico, os memes detêm um poder de propaganda que não deve ser ignorado.
Investigadores da Check Point® Software Technologies Ltd. tendo por base o contexto atual das eleições presidenciais norte-americanas, alertam para o impacto que estas imagens aparentemente simples podem ter enquanto forma de disseminação de informação falsa, deixando algumas dicas de proteção.
“Guerra de Memes” é cada vez mais uma ameaça que não deve ser ignorada
A designação “Guerra de Memes” ou “Meme Warfare” refere-se à prática segundo a qual memes são utilizados enquanto arma de disseminação de informação falsa.
O principal objetivo desta prática é influenciar ou moldar a opinião pública de forma maliciosa em direção a um determinado propósito específico, como, por exemplo, a eleição de um determinado candidato.
Com as eleições presidenciais norte-americanas a aproximarem-se, os investigadores da Check Point delinearam dois potenciais cenários nos quais a partilha massiva de memes pode desempenhar um papel fundamental:
- Incerteza de resultados. Um cenário no qual são disseminados memes que indicam que um candidato tem a vitória garantida, não sendo esta a realidade. Pode contribuir para que os eleitores deixem de votar, pensando que o resultado já está determinado.
- Alegações de interferências externas. Memes que disseminam informação falsa relativa à interferência da Rússia ou Irão nos resultados eleitorais.
“Memes são a forma moderna de propaganda. Assistimos habitualmente a websites a serem desfigurados com memes. Agentes maliciosos adoram memes pelo seu coeficiente viral: rápidos, replicáveis e contagiosos,” afirma Oded Vanunu, Head of Products Vulnerability na Check Point.
Relativamente às eleições americanas, o responsável deixa uma recomendação específica, “Até agora, a guerra de memes tem moldado a forma como vemos os dois candidatos. No dia das eleições, esta prática tem o potencial de fazer descarrilar o resultado. Por exemplo, os eleitores são manipulados para pensar que um certo candidato ganhou, quando, de facto, não ganhou, ou pode haver alegações falsas sobre interferências externas, que levantarão dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral. Eu recomendo a todos os votantes que se mantenham atentos.”
Eleições dos Estados Unidos podem ter sido influenciadas por diversos ataques de hackers
Outros fatores podem influenciar as eleições norte-americanas. Na semana passada, a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos da América (NSA) publicou a lista das 25 vulnerabilidades mais exploradas por cibercriminosos em 2020.
Se não se atualizarem as patches, cada uma das vulnerabilidades descritas pelo relatório pode comprometer as eleições norte-americanas, já que estão presentes em tecnologias do dia a dia dos utilizadores, incluindo fornecedores como a Microsoft e a Oracle. Uma análise dos investigadores da Check Point concluiu que as 25 maiores vulnerabilidades de 2020 foram sete vezes mais exploradas nos últimos 6 meses do que as restantes.
A acrescentar, constatou-se que a lista do top de vulnerabilidades esteve na origem de 3 milhões de ataques em 2020, dos quais 2,5 milhões ocorreram nos últimos seis meses.
4 dicas para evitar ser manipulado pelas perigosas “Fake News”
A Check Point alerta para esta realidade, deixando algumas dicas de proteção que visam evitar que os utilizadores sejam manipulados por informação falsa:
- Consciencialize as pessoas à sua volta. Aborde estes temas com os seus familiares e amigos no sentido de os despertar para a disseminação mal-intencionada de memes.
- Fique atento a bots. Por norma, agentes maliciosos criam contas falsas em diversas redes sociais, que usam para propagar desinformação.
- Verifique informação. Sempre que se cruzar com um meme sobre algum tema sensível, verifique a veracidade da informação transmitida junto de fontes noticiosas fiáveis.
- Implemente patches. Assegure-se que as mais recentes patches para cada uma das vulnerabilidades referidas na lista da NSA.
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