Em 2017, um estudo da Vanson Bourne, encomendado pela Canon Europa, revelou alguns factos interessantes sobre os hábitos de trabalho e preferências de 2.500 trabalhadores no Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia e Polónia. Os resultados demonstram que o trabalho remoto e a partir de casa é menos popular entre os millennials do que entre os colaboradores com 45 ou mais anos de idade. Destes últimos, apenas 25% preferem trabalhar em escritórios, por outro lado, apenas 1 em cada 10 millennials diz preferir trabalhar em casa.
É interessante refletir sobre o que está por detrás destes números. Em termos de idade, os membros da Geração X ficam entre os ‘Baby Boomers’, mais tradicionais, e os millennials, mais esclarecidos quanto às novas tecnologias – enquanto que a Geração X tenta adotar o melhor desses dois mundos. Mas se os millennials ainda estão a começar as suas carreiras, a Geração X ocupa, de momento, 51% dos cargos de liderança a nível global. Assim sendo, estão numa posição mais sólida para exigir benefícios – tais como trabalhar a partir de casa e com horários flexíveis – e são menos afetados pela pressão na falta de produtividade laboral. Para além disto, as condições em casa não são sempre propícias para um bom ambiente de trabalho. Com a subida dos preços das habitações nas últimas três décadas, a capacidade de compra dos indivíduos com menos de 35 anos sofreu um grande decréscimo. Se os membros da Geração X conseguem ter as suas próprias casas e um escritório onde podem trabalhar, é muito menos apelativo para os millennials fazerem uma videoconferência num apartamento partilhado.
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Há também uma enorme diferença entre aquilo que as diferentes faixas etárias definem como um “benefício” de trabalho. Os escritórios modernos são cada vez mais projetados como espaços de trabalho abertos, criativos e colaborativos, o que se adequa ao estilo de trabalho dos millennials. Mesas de ping-pong e espaços descontraídos podem ser atrativos para os trabalhadores mais jovens, que querem aprender através da interação com os seus colegas, mas são muito menos interessantes para a Geração X, que procura conseguir valiosos momentos de privacidade entre um calendário repleto de reuniões.
Neste contexto, não é de estranhar que a probabilidade dos colaboradores da Geração X trabalharem 6 dias por semana num escritório seja quase metade da dos millennials. Mas é importante não esquecermos que, embora o trabalho com horário flexível seja um grande impulsionador dos escritórios do futuro, e imperativo para empresas que procuram transformar a sua força de trabalho no que toca ao digital, não devemos tomar como garantida a suposição de que os trabalhadores mais velhos são mais felizes a trabalhar num escritório.
Mais informações em: Generation X — not millennials — is changing the nature of work
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